Dados do Trabalho
Título
A ecoepidemiologia como ferramenta de diminuição da letalidade for Febre Maculosa Brasileira.
Introdução
A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma doença de grande importância em saúde pública, destacando-se pela alta letalidade e diagnóstico dificultado por sintomas e sinais comuns a outras patologias. A cadeia de transmissão da FMB na Região Metropolitana de São Paulo inclui o carrapato Amblyomma aureolatum infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O habitat natural desse carrapato são regiões de Mata Atlântica de Altitude, em que pequenos roedores, passeriformes e canídeos constituem fontes alimentares nas fases imaturas e maduras. Em áreas de mata com biodiversidade alterada pela ação antropizada, expõe o homem ao risco de infecção.
Objetivo (s)
Caracterizar as áreas de risco para a Febre Maculosa Brasileira no município de São Bernardo do Campo/SP.
Material e Métodos
Estudo observacional descritivo que utiliza georreferenciamento de casos autóctones de FMB registrados entre 2001 e 2023 e obtidos no setor de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo/SP. Foram construídos mapas utilizando o QGIS e Google Earth Pro com critérios paisagísticos específicos e gráfico de densidade de Kernel.
Resultados e Conclusão
Entre 2001 e 2023, foram registrados 40 casos autóctones de Febre Maculosa Brasileira, com letalidade acumulada de 70%. O mapeamento identificou 10 áreas: três de transmissão (37 casos), uma de risco (três casos) e seis silenciosas (sem registro de casos). As áreas mais preservadas apresentaram maior cobertura florestal em um raio de 2 km, enquanto que áreas com fragmentação de mata são acompanhadas de maior densidade populacional. As áreas de transmissão são caracterizadas por adensamento populacional significativo, maior que a área de mata, onde a proximidade de construções às bordas de mata e a presença de cães semidomiciliados e de vida livre desempenham o papel de amplificadores da bactéria e favorecem a transmissão da FMB. A área de risco é delimitada pela Represa Billings e rodovias, sendo a densidade populacional semelhante à área de mata remanescente. Em áreas silenciosas, sem registros de casos, o perfil paisagístico indica susceptibilidade à ocorrência de transmissão. A ecoepidemiologia da FMB deve ser divulgada a profissionais de saúde como chave essencial para o diagnóstico adequado e precoce prevenindo-se a morte. As ações educativas desempenham papel fundamental na divulgação para a população geral que necessita reconhecer o parasitismo como importante, e no reforço da guarda responsável de animais, contribuindo para a prevenção e óbito por FMB.
Palavras Chave
Febre maculosa brasileira; Carrapato; Amblyomma aureolatum; São Bernardo do Campo; Biodiversidade; Mata Atlântica de Altitude.
Área
Eixo 11 | 2.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Febre maculosa
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Marco Aurélio Ferreira, Denise Pimentel Bergamaschi