Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico dos vírus respiratórios no estado de São Paulo na Era Covid-19.

Introdução

As doenças respiratórias agudas são responsáveis por grande parte das internações no mundo globalizado, sendo a maioria das infecções (80%) de etiologia viral. Após a emergência de um novo vírus em 2019 (SARS-CoV-2) e, na sequência,  a pandemia em 2020, observou-se um remodelamento na epidemiologia gerencial de outras afecções, afetando inclusive a transmissão dos demais vírus respiratórios. 

Objetivo (s)

Descrever e analisar a dinâmica temporal e as alterações no perfil epidemiológico dos casos graves e óbitos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por algum tipo de vírus respiratório, no período entre 1/1/2019 e 1/5/2024, em território paulista.

Material e Métodos

Estudo ecológico utilizando dados do SIVEP-Gripe, como casos graves e óbitos confirmados de infecção pelos principais vírus respiratórios (SARS-CoV-2, Influenza, VSR-Vírus Sincicial Respiratório, Parainfluenza, Rinovírus, Adenovírus, Bocavírus e Metapneumovírus), no período entre 2019 e 2024. 

Resultados e Conclusão

Foram registrados 1.043.805 casos de SRAG e 237.449 óbitos no período, o vírus com maior incidência foi o SARS-CoV-2 (633.937 casos | 183.393 óbitos). O VSR foi o segundo vírus em circulação  (18.810), e o mais frequente em crianças menores. Esse vírus circulou durante todo o ano, com maior incidência entre março e maio e variação positiva em abril. O vírus influenza circulou em todas as estações do ano, sendo seus períodos de maior incidência intercalados com os períodos de maior atividade do VSR e foi o terceiro vírus mais prevalente (13.143 casos | 1.553 óbitos); o subtipo A (H3N2) infectou notadamente pessoas nos extremos de idade, e o subtipo A (H1N1) pdm09 acometeu adultos entre 20 e 59 anos. Nos últimos dois anos, o vírus influenza B (linhagem Victoria) tem circulado em ondas varíáveis.  O  rinovírus e adenovírus cocircularam com maior atividade registrada a partir de o final de 2023. De modo geral, em 2020 e 2021, durante a pandemia de covid-19 houve diminuição significativa no registro dos demais vírus respiratórios. A partir de o final de 2021, após a flexibilização das medidas protetivas, a reabertura de estabelecimentos de ensino e a retomada das atividades presenciais, a frequência dos outros vírus respiratórios aumentou drasticamente. As principais hipóteses para explicar compreendem: (a)o represamento da circulação viral devido às medidas sanitárias para a covid-19 e/ou (b) o aumento das unidades notificadoras e a testagem específica.

Palavras Chave

SARS-CoV-2; influenza; VSR; SIVEP-Gripe; Era Covid-19.

Área

Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Telma Regina Marques Pinto Carvalhanas, Camila Lorenz, Tatiana Pineda Portella Zenker, Danilo Pereira Mori, Angela Tiemi Tanamachi, Eduardo Koerich Nery, Flávia Cristina da Silva Sales, Denise Stefania Cammarota, Raquel Gardini Sanches Palasio, Ana Lúcia Frugis Yu, Pamella Cristina de Carvalho Lucas