Dados do Trabalho

Título

Comparação do perfil dos macrófagos oriundos de camundongos BALB/c infectados com Leishmania (V.) braziliensis e Leishmania (L.) major.

Introdução

A infecção por Leishmania sp. produz um variado espectro de manifestações clínicas em humanos e animais. Estudos usando modelos animais mostram que camundongos BALB/c são susceptíveis a infecção pela maioria das espécies de Leishmania, entretanto são considerados resistentes à L. braziliensis, pois são capazes de resolver as lesões em poucas semanas. A resistência à infecção se correlaciona com uma resposta Th1 envolvendo macrófagos M1, enquanto a susceptibilidade à Th2-M2.

Objetivo (s)

O objetivo desse estudo foi avaliar comparativamente o perfil dos macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c infectados com L. braziliensis e L. major. Uma vez que, o macrófago é a célula hospedeira principal do parasito e também a célula efetora final, capaz de controlar a infecção.

Material e Métodos

Camundongos BALB/ c foram infectados na orelha. Após 7, 15 e 21 dias, macrófagos peritoneais de camundongos infectados por Leishmania braziliensis e Leishmania major foram avaliados pelo método por citometria de fluxo pelo método Cytometric Bead Array (CBA) para avaliar produção de citocinas.Para investigar o perfil fenotípico dos macrófagos peritoneais e avaliar as subpopulações desses macrófagos, foi feita a imunofenotipagem com anticorpos monoclonais em citometria de fluxo.

Resultados e Conclusão

Os animais infectados com L. major desenvolveram lesões que aumentaram de forma progressiva. Macrófagos de BALB/c infectados com L. braziliensis apresentaram capacidade de controlar o número de amastigotas, quando infectados in vitro e aumentaram a produção de NO com 15 DPI. Analisamos as subpopulações de macrófagos LPM e SPM por citometria e observamos que a infecção com L. braziliensis, promoveu uma maior frequência de marcadores para fenótipo M1, principalmente em 7-15 DPI quando comparado com L. major. A maior frequência de LPM (M1) até 15 DPI e a produção de NO pode ter colaborado para a resolução da lesão e o perfil resistência frente a infecção por L. braziliensis. Do mesmo modo, SPM também apresentaram um perfil M1. A resistência à infecção por L. braziliensis se correlaciona com a indução de macrófagos M1, enquanto a infecção com L. major se correlaciona com a presença de macrófagos M2 e não controle da infecção. Diante disso, esse estudo poderá contribuir para o melhor entendimento do papel dos macrófagos na infecção pela Leishmania sp. e para revelar alvos para intervenções vacinais e terapêuticas a partir da modulação dos macrófagos.

Palavras Chave

BALB/c; Macrófagos; Leishmania (V.) braziliensis; Leishmania (L.) major