Dados do Trabalho
Título
Efeitos do extrato de Hypericum brasiliense e o isolado Uliginosina B sobre Staphylococcus aureus resistente a drogas
Introdução
As infecções bacterianas são um grave problema de saúde pública. Dentre os principais patógenos, Staphylococcus aureus é classificado como prioridade alta pela OMS (2024) e como ameaças graves pelo CDC (2019). A pesquisa de novas moléculas é crucial para o avanço da terapia antimicrobiana, e produtos naturais são fontes de compostos bioativos para novos tratamentos.
Objetivo (s)
Este estudo visa avaliar a suscetibilidade, mecanismos de ação e toxicidade de Hypericum brasiliense e seu isolado uliginosina B em 7 cepas clínicas de Staphylococcus aureus multirresistentes a drogas.
Material e Métodos
O extrato hexânico das partes aéreas foi obtido por maceração e fracionado por cromatografia em coluna, resultando em uma substância analisada por RMN de 1^H e 13^C. Foram realizados ensaios de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM) segundo os protocolos do CLSI (2023). A atividade anti-biofilme foi investigada em S. aureus tratados com H. brasiliense e uliginosina B em concentrações de 2×CIM a ¼×CIM, enquanto a desarticulação de biofilmes maduros foi avaliada com 8×CIM a CIM. Foram quantificadas a biomassa total corada com cristal violeta (590 nm), matriz extracelular corada com safranina (530 nm) e atividade metabólica com XTT (492 nm). A ação dos compostos sobre a atividade metabólica e membrana plasmática das células planctônicas de S. aureus foi investigada após 3 h de tratamento com concentrações de 4×CIM a ¼×CIM através da redução do XTT e marcação com iodeto de propídeo, respectivamente. A citotoxicidade foi testada em células Vero e Hacat e em modelo de hemólise com concentrações de até 100×CIM.
Resultados e Conclusão
Os resultados de CIM do extrato e do isolado variaram entre 6,25 e 3,90 µg/mL, e CBM entre 12,50 e 3,90 µg/mL. Observou-se uma redução de ~50% na formação e desarticulação de biofilmes. A atividade metabólica das culturas planctônicas foi reduzida em ~80%, enquanto as substâncias não induziram a ruptura de membrana. A concentração citotóxica que mata 50% das células foi de 414,75 µg/mL e 393,57 µg/mL para o extrato em células Vero e Hacat, respectivamente, e de 97,6 µg/mL e 212,26 µg/mL para o isolado. A atividade hemolítica foi observada nas maiores concentrações, 312 µg/mL para o extrato e 156 µg/mL para o isolado. Os dados indicam que as substâncias exibem atividade antivirulência contra S. aureus, impedindo a formação e promovendo a desagregação de biofilmes, além de apresentarem propriedades antibacterianas, atuando no metabolismo celular.
Palavras Chave
Staphylococcus aureus; Resistência antimicrobiana; produtos naturais
Área
Eixo 18 | Resistência a antimicrobianos e novas abordagens não antibióticas
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Julia Chaves Scaffo, Sofia Trindade Mussi Silva, Carolline Margot Albanez Lorentino, Leandro Stefano Sangenito, Lucas Silva Abreu, Leandro Rocha, Thaís Pereira Mello, André Luis Souza Santos