Dados do Trabalho


Título

Avaliação morfométrica da administração de vesículas extracelulares sobre esôfagos de camundongos BALB/c infectados por Trypanosoma cruzi.

Introdução

A doença de Chagas é uma doença tropical negligenciada causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Nela, podem ocorrer distúrbios digestivos, sendo o megaesôfago o de maior incidência. A interação do T. cruzi com células hospedeiras induz a liberação de vesículas extracelulares (VEs), que participam da interação patógeno-hospedeiro, importantes na infecção e comunicação celular. A interação do parasito com linhagens celulares de mioblastos (C2C12) e células intestinais (Caco-2) leva a produção de VEs, que poderiam refletir a interação de T. cruzi com tecidos do hospedeiro.

Objetivo (s)

Analisar os efeitos da administração de VEs durante a infecção por T. cruzi sobre o esôfago de camundongos por meio da análise de morfometria de parede.

Material e Métodos

O projeto foi aprovado pelo CEUA/UEM (nº5864311022). 30 camundongos machos (BALB/c) foram separados aleatoriamente em grupos (n = 5); grupo infectado (Grupo 1), quatro grupos infectados com diferentes condições de administração de VEs (Grupo 2-5) e um grupo não infectado com administração de salina (Grupo 6). As vesículas foram previamente isoladas in vitro a partir da interação de T. cruzi (clones CL Brener ou Dm28c) com duas linhagens celulares (Caco-2 ou C2C12). Os Grupos 2 e 3 receberam VEs provenientes do contato de T. cruzi (clone CL Brener) com células C2C12 e Caco-2, respectivamente. Os grupos 4 e 5 receberam VEs provenientes de T. cruzi (cepa Dm28c) com células C2C12 e Caco-2, respectivamente. Os animais foram eutanasiados 23 dias pós-infecção e foi coletado 1 cm do esôfago para confecção de lâminas com cortes semi-seriados de 5 μm, coradas por hematoxilina e eosina. Foi mensurada a profundidade e largura das criptas, a espessura das camadas musculares (longitudinal, circular e total), submucosa e parede total, totalizando 64 medidas de cada parâmetro por animal.

Resultados e Conclusão

As análises indicaram que não houve alterações estatisticamente significativas entre os grupos avaliados quanto a largura e profundidade das criptas. Não foi observado alteração significativa da espessura das camadas musculares, camada submucosa e a parede total. A administração de VEs provenientes de diferentes fontes não levou a alterações morfométricas significativas no esôfago dos animais. Diante da complexidade da doença e das interações parasito-hospedeiro, mais estudos devem ser realizados para complementar a compreensão sobre as alterações teciduais decorrentes da infecção.

Palavras Chave

Trypanosoma cruzi; Esôfago; Doença de Chagas; Morfometria de parede; Vesículas extracelulares.

Área

Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Ana Paula Rizzo Bueno, Maria Gabriela Lima da Silva, Amanda Gubert Alves dos Santos, Izadora Volpato Rossi, Marcel Ivan Ramirez, Gessilda Alcantara Nogueira de Melo