Dados do Trabalho

Título

Análise de tendência e distribuição espaço-temporal de acidentes por animais peçonhentos no estado do Amazonas, Brasil, 2009 a 2023

Introdução

No estado do Amazonas, os acidentes por animais peçonhentos são considerados problemas de saúde pública, capazes de deixar sequelas e até levar a óbito, o que traz relevância para estudos sobre o tema. 

Objetivo (s)

Analisar a tendência e distribuição espaço-temporal de acidentes por animais peçonhentos no estado do Amazonas.

Material e Métodos

Foi realizada análise de séries temporais de acidentes por animais peçonhentos (serpentes, escorpiões e aracnídeos) notificados no Amazonas, 2009 a 2023, a partir de dados secundários agregados, não sendo necessário submissão a comitê de ética. Foi verificada frequência, através de números absolutos e percentuais, e tendência temporal, através de regressão de Prais-Winsten. 

Resultados e Conclusão

Foram registrados 40.135 acidentes por animais peçonhentos, destes 26.890 (67%) por serpentes, 5.932 (14,8%) por escorpiões, 3.030 (7,5%) por aracnídeos, e ainda, 4.283 (10,7%) por outros e ignorados (não abordados no presente estudo. Entre os acidentes por serpentes, 20.577 (76,5%) são devidos ao gênero Bothrops, com os municípios Manaus (3.091), Itacoatiara (1.458) e Parintins (1.249) concentrando 21,6% do total do estado. Apuí (968), Manaus (627) e Itacoatiara (393), juntos detêm 33,5% dos acidentes por escorpiões. Já Rio Preto da Eva (443), Manaus (331) e Apuí (224) somam 32,9% dos acidentes por aracnídeos. Os anos com maior e menor notificações dos acidentes por serpentes foram 2019 (2.291) e 2011 (1.452), nesta ordem. Em 2023, os acidentes por escorpiões (587) e aracnídeos (290) tiveram maior frequência, da mesma forma, as menores frequências foram em 2010 (199 e 103, respectivamente). Os meses de maiores frequências de acidentes por serpentes foram janeiro (2.851), fevereiro (2.746) e março (3.014), sendo os de menores agosto (1.717), setembro (1.456) e outubro (1.605). Os meses com maiores frequências de acidentes por escorpiões foram abril (561), maio (565) e junho (563), e por aracnídeos foram março (342), abril (347) e junho (363). Já os de menores foram outubro, novembro e dezembro (398, 387 e 404, respectivamente), assim como os causados por aracnídeos (138, 138 e 152, respectivamente). Quando analisada a tendência temporal, verificou-se que os acidentes por escorpião e aracnídeos mostraram tendência crescente (p<0,05). Enquanto que os acidentes por serpentes não mostraram tendência (p>0,05), mas mesmo assim, também merece atenção pelo alto número de notificações mantidas ao longo do período do estudo.

Palavras Chave

Acidentes ofídicos; Acidentes escorpiônicos; Acidentes por aranhas; Amazônia.