Dados do Trabalho
Título
O impacto de óleos essenciais encapsulados em leveduras no comportamento, fisiologia e expressão gênica no mosquito Aedes aegypti
Introdução
O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor de arbovírus como dengue, Zika e chikungunya em regiões tropicais e subtropicais, adaptado a áreas urbanas e periurbanas, o que dificulta seu controle. As medidas tradicionais incluem o uso de inseticidas, que apresentam toxicidade ambiental e favorecem a seleção de populações resistentes. Inseticidas botânicos, como os óleos essenciais, oferecem uma alternativa eficaz com baixa toxicidade para vertebrados e menor probabilidade de resistência. No entanto, sua aplicação é limitada pela hidrofobicidade e vulnerabilidade à degradação. Pesquisas anteriores demonstraram que o óleo essencial de laranja encapsulado em levedura (OELE) possui alta atividade larvicida (CL50 < 50 mg/mL) contra larvas de todos os estádios, incluindo linhagens resistentes a piretroides.
Objetivo (s)
O presente projeto tem como objetivo testar a viabilidade do uso de óleos essenciais encapsulados em levedura (OEE) como inseticidas entregues por via oral e investigar os efeitos fisiológicos e comportamentais em larvas e mosquitos para entender os mecanismos de ação dos óleos essenciais e de seus metabólitos especializados.
Material e Métodos
A extração dos OEEs e o encapsulamento foram realizados em colaboração com a Universidade do Novo México (EUA). Larvas de terceiro instar de Ae. aegypti das populações Rockefeller (referência) e Urca (campo) foram testadas contra o óleo encapsulado em levedura 2 (OEE2) em condições de laboratório para medição dos valores de CL50 e CL90.
Resultados e Conclusão
Os resultados iniciais indicam que o OEE2 se mostra ativo (CL50 < 50 mg/L) contra a população de Ae. aegypti Urca. Além disso, a população foi considerada suscetível (RR < 5) ao OEE2, considerando a razão de resistência calculada com base na população Rockefeller. Os ensaios de ingestão do OEE2 (30 mg) mostraram que há presença de partículas de levedura carregadas com o óleo nos intestinos de larvas logo após 10 minutos de tratamento, indicando que a entrega da substância ocorre por via oral. Além disso, foram observadas mudanças morfológicas, com alteração da coloração de larvas após 2h de tratamento com OEE2, apontando um possível mecanismo de ação relacionado à pigmentação do exoesqueleto. Em conjunto, os resultados mostram que o OEE2 possui potencial para aplicabilidade como larvicida e futuros experimentos serão realizados para testar seu impacto na fisiologia do inseto e, posteriormente, determinar sua eficácia como estratégia de controle de mosquitos com menor impacto ambiental.
Palavras Chave
Aedes aegypti; Óleos essenciais; Controle Vetorial
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Daisy Aline Azevedo-Brito, Danielle Lopes Dubois, Ana Julia Oliveira Santos, Bruno Gomes, Fernando Ariel Genta