Dados do Trabalho

Título

ESPOROTRICOSE HUMANA EM FERREIROS-PE: UMA ABORDAGEM DOS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS

Introdução

A esporotricose é a principal micose subcutânea no Brasil e é causada pelo fungo dimórfico do complexo Sporothrix spp. que pode acometer o homem e animais sem predileção de sexo, faixa etária ou raça causando uma infecção subaguda ou crônica da pele, tecidos subcutâneos e vasos linfáticos.

Objetivo (s)

O presente estudo teve como objetivo caracterizar os casos de esporotricose humana no município de Ferreiros-PE, no período de setembro/2022 a maio/2024. 

Material e Métodos

Foi realizado um estudo descritivo dos pacientes com suspeita de esporotricose atendidos na Unidade Básica de Saúde, no município de Ferreiros-PE. Cada participante do estudo foi informado sobre o projeto, respondeu um questionário clínico-epidemiológico e assinou o TCLE (CAAE: 61299422.0.0000.5190). Em seguida, junto com o médico do grupo de pesquisa, realizamos o diagnóstico clínico/epidemiológico e coletamos uma amostra da lesão para diagnóstico laboratorial, através da cultura fúngica e crescimento do Sporotrix spp. Todos os pacientes foram tratados com Itraconazol. Visando o controle da esporotricose no município foram realizadas capacitações com os agentes de saúde e a comunidade, treinamento de atenção a lesão por meio dos curativos, fortalecimento de adesão ao tratamento humano, orientação de tratamento e manejo dos felinos.

Resultados e Conclusão

Os resultados mostram que foram atendidos 43 pacientes, onde 36 (76,6%) foram positivos para esporotricose, confirmados pelo crescimento fúngico do Sporotrix spp., os demais pacientes apresentaram outras dermatites. Tivemos 04 pacientes em 2022, 25 em 2023 e 07 em 2024. Destes 19 (52,8%) foram masculinos e 17 (47,2%) femininos, onde os adultos 22 (61,1%) foram os mais afetados, seguido dos idosos 07 (19,5%), e 32 (88,9%) relataram ter se contaminado após serem mordidos ou arranhados por gatos que apresentavam lesões. Quanto a forma das lesões, 19 (52,8%) pacientes apresentaram a forma linfocutânea, seguido de 13 (36,1%) com a forma cutânea fixa, 03 (8,3%) com a forma cutânea inoculação múltipla e 01 (2,8%) apresentou a forma mucosa ocular. A maioria das lesões estavam presentes nos membros superiores e inferiores, e tiveram cura clínica mínima em um mês e máxima de três meses dependendo da forma da lesão apresentada. Podemos concluir que a participação ativa dos diferentes setores da saúde em Ferreiro-PE mostrou ser um bom modelo de intervenção no controle da esporotricose.

Palavras Chave

Esporotricose; Epidemiologia; Linfocutânea; humanos; itraconazol