Dados do Trabalho
Título
Pesquisa de hepatite E (Orthohepevirus B) em tecido hepático de aves silvestres da região amazônica.
Introdução
O vírus da hepatite E (HEV), pertencente à família Hepeviridae e ao gênero Orthohepevirus, inclui as espécies Orthohepevirus A e Orthohepevirus B. Esse vírus é relevante mundialmente por causar hepatites humanas. O Orthohepevirus B, encontrado em aves, é dividido em quatro subtipos (I-IV) e foi inicialmente identificado em aves domésticas.
Objetivo (s)
Este estudo teve como objetivo investigar a detecção molecular do HEV em aves silvestres que vieram a óbito na mesorregião de Belém, utilizando a reação em cadeia da polimerase (PCR) e analisando os achados histopatológicos.
Material e Métodos
As amostras foram obtidas do biobanco do laboratório de patologia animal da Universidade Federal Rural da Amazônia, totalizando 99 amostras de tecido hepático analisadas por Heminested RT-PCR para HEV aviário. Consideraram-se positivas as amostras que apresentaram amplificação da região ORF2 de 290 pares de bases. Os tecidos hepáticos dos animais positivos foram submetidos a estudos histopatológicos para identificar alterações significativas.
Resultados e Conclusão
Os resultados mostraram que 9,9% das amostras (10 de 99) foram positivas para HEV. As espécies identificadas entre as amostras positivas foram Ardea alba (1 de 10) e aves da ordem Passeriforme (9 de 10), com o sexo dos animais não identificado. Entre as amostras positivas, apenas 10% (1 de 10) apresentaram alterações histopatológicas significativas, caracterizadas por hepatite portal e intersticial de grau III. Estes achados indicam que, embora a presença do vírus tenha sido detectada em uma parte considerável das amostras, a manifestação de alterações hepáticas significativas foi relativamente rara. Em suma, a pesquisa sobre a presença do HEV em aves silvestres na mesorregião de Belém revelou uma taxa de infecção de 9,9%, com a maioria das infecções em aves da ordem dos Passeriformes. A baixa incidência de alterações histopatológicas significativas sugere que, embora o vírus esteja presente, ele pode não causar danos hepáticos graves em todas as aves infectadas. No entanto, a detecção do vírus justifica a necessidade de vigilância contínua. Portanto, conclui-se que a vigilância de agentes hepatotrópicos em aves deve ser continuada para evidenciar os riscos associados a possíveis hospedeiros. A combinação de estudos moleculares e histopatológicos permite a detecção de patógenos como o HEV.Portanto, a colaboração entre veterinários, biólogos, e especialistas em saúde pública é vital para enfrentar os desafios apresentados por doenças zoonóticas e emergentes.
Palavras Chave
AVIFAUNA; Vírus da hepatite E; Amazônia
Área
Eixo 10 | 4.Outras viroses humanas e veterinárias - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Marcella : Katheryne Marques BERNAL, ISAAC CAMPOS QUARESMA, WALERIA RUBIA ALMEIDA DA COSTA, WASHINGTON LUIZ ASSUNÇÃO PEREIRA, JOSÉ RAUL ROCHA DE ARAÚJO JÚNIOR, ANDRE ANTONIO CORREA DAS CHAGAS, VÂNIA PINTO SARMENTO, MONICA CRISTINA DA GAMA PUREZA, BEATRIZ CARVALHO RIBEIRO, PEDRO EDUARDO FREITAS BONFIM, HELOÍSA MARCELIANO NUNES