Dados do Trabalho


Título

Análise das incapacidades físicas em pacientes após tratamento de Hanseníase no Brasil de 2013 a 2023.

Introdução

Hanseníase é uma infecção crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode acarretar insuficiência física, mesmo após o tratamento, reduzindo assim a qualidade de vida. O Brasil é o segundo país com maior índice mundial de novos casos dessa doença, cerca de 20 mil apenas em 2023. Não foram encontrados na literatura estudos atualizados observando a taxa de enfermos, após a alta da poliquimioterapia, acometidos por incapacidades físicas tipificando os graus e relacionando-os a fatores sociodemográficos e clínicos.

Objetivo (s)

Analisar a prevalência dos graus de incapacidade física nos pacientes após o tratamento de Hanseníase no período de 2013 a 2023.

Material e Métodos

Estudo transversal com análise série temporal realizado a partir de dados secundários do Sistema Nacional de Informações de Agravos de Notificações (SINAN) provenientes do DATASUS referentes aos anos de 2013 a 2023, todos os dados fornecidos nessa plataforma foram usados na produção do trabalho, além dos disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na análise descritiva. Avaliou-se a prevalência dos GIF em 336.090 pacientes após o tratamento de hanseníase no Brasil. A frequência de PcD foi analisada conforme o grau (0,1,2 e não avaliado) baseado na classificação da Organização Mundial de Saúde, segundo as seguintes variáveis: sexo, etnia, faixa etária, óbitos e distribuição regional.

Resultados e Conclusão

A prevalência de incapacidades físicas grau 1 e 2 após o tratamento foi de 15,23% entre os pacientes avaliados, sendo a maioria (11,0%) destes somente com GIF 1. Entre os sem comprometimento neural (GIF 0) estão 38,48% dos pacientes, a maioria do sexo masculino, de cor parda, com ensino fundamental I incompleto, que realizaram tratamento com PQT por 12 meses, e idades entre 40 e 49 anos. Dentre os curados com GIF 1, diminuição ou perda de sensibilidade, e GIF 2, lesões mais graves nos olhos, mãos e pés, são representados por cidadãos distintos dos com GIF 0 somente pela diferença de idade, em que nesses a faixa etária varia entre 50 e 59 anos. Há um alto número de pessoas com deficiência devido à Hanseníase mesmo após o tratamento. Os pacientes, sobretudo, idosos, do sexo masculino e de baixa escolaridade devem receber maior atenção e cuidados com ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento oportuno, reabilitação e monitoramento dos sintomas persistentes, a fim de diminuir as limitações funcionais e proporcionar maior qualidade de vida.

Palavras Chave

Datasus; Hanseníase Multibacilar; Pessoa com Incapacidade

Área

Eixo 11 | 3.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Hanseníase

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Thiago Luvizon Mollo, Carla Arrais Pimentel Abreu, Kimie Andretta Vigiato Kosin Gamarra, Elis da Silva Machado, Emanuela Lira Milhomem