Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES POR PICADA DE ESCORPIÃO EM CRIANÇAS, NA REGIÃO SUDESTE, ENTRE OS ANOS DE 2013 E 2023
Introdução
O envenenamento por picada de escorpião é uma das principais causas de morbimortalidade entre os acidentes causados por animais no Brasil. As crianças fazem parte do grupo mais vulnerável ao pior prognóstico, devido à relação entre a quantidade do veneno inoculado com a superfície corpórea e menor capacidade imunológica, resultando em complicações cardíacas, respiratórias e neurológicas. Os dados epidemiológicos são cruciais para a elaboração de ações de educação em saúde e melhoria no atendimento médico e assistencial no âmbito do SUS, e considerando a escassez de trabalhos abordando a população pediátrica, o presente estudo mostra-se relevante.
Objetivo (s)
Analisar o perfil epidemiológico de acidentes escorpiônicos, em crianças, na Região Sudeste, entre 2013 e 2023.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo e descritivo com delineamento retrospectivo. Para tanto, os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e referem-se aos casos e óbitos em crianças de até 14 anos de idade na Região Sudeste, no período 2013-2023, utilizando as variáveis: faixa etária, sexo, cor/raça e local de picada.
Resultados e Conclusão
Foram notificados 100.035 casos de acidentes por picada de escorpião no período avaliado. Destes, 64,28% acometeram crianças na faixa etária entre 5 e 14 anos, seguidos por aquelas com idade entre 1 e 4 anos (23,57%) e as menores de 1 ano (7,33%). Em relação ao local do corpo onde houve a picada, o mais prevalente foi o pé (34,74%), seguido por mão (33,19%), perna (6,85%), tronco (6,54%) e coxa (4,74%). O pico de notificações de casos ocorreu em 2023 (12,78%), ao passo que o ano com menor número foi 2013 (5,20%). Os Indivíduos pardos foram os mais atingidos (45,04%), seguidos por brancos (40,43%), pretos (6,02%), indígenas (0,73%) e amarelos (0,68%). O estado de Minas Gerais foi o estado de maior percentual de casos (55,10%), seguido de São Paulo (40,97%), Espírito Santo (3,17%) e Rio de Janeiro (0,75%). Foram notificados 265 óbitos, sendo a faixa etária de 1 a 4 anos a mais acometida (51,69%). O sexo masculino apresentou maior prevalência de óbitos (53,08%), e Minas Gerais foi o estado em que mais indivíduos morreram pelo agravo (64,6%). Após análise dos dados, a taxa de letalidade foi de 0,27%. Devido à prevalência de acidentes com escorpiões entre a população pediátrica na Região Sudeste, é necessário o incentivo às medidas de prevenção e controle desses animais, além de assistência à saúde nas localidades mais propensas ao escorpionismo.
Palavras Chave
Animais Peçonhentos; Crianças; Epidemiologia; Picadas de escorpião
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Ráysson Ribeiro da Costa, Isabella Azevedo Moreira, Julia Matos, Valéria Soares de Alencar, Mylena de Lima Ramos, João Victor Zucolotto Scottá, Iuri Moraes Leite, Letícia Loreta Roque Stetter, Evelyn Lorrany Oliveira Dantas, Carolina Guilherme Prestes Beyrodt de Amorim, Joselma Siqueira-Yamaguti