Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DE COINFECÇÕES ENTRE HEPATITES VIRAIS E MALÁRIA VIVAX NO ESTADO DO AMAZONAS, ENTRE 2010 a 2019

Introdução

O estado do Amazonas apresenta algumas doenças negligenciadas que acometem milhares de pessoas todos os anos. Dentre elas estão as hepatites virais e a malária. Ambas possuem tropismo pelo fígado humano, sendo que a malária transmitida pelo Plasmodium vivax apresenta uma forma dormente denominada hipnozoíto, que fica latente no órgão e ocasiona recaídas da doença. Devido ao compartilhamento de rota comum entre as duas doenças, as hepatites virais podem influenciar nas infecções de malária ou vice-versa. 

Objetivo (s)

Este estudo tem como objetivo mostrar a quantidade de coinfecções entre as hepatites virais tipo B, C e D e malária vivax no estado do Amazonas, no período de 2010 a 2019. 

Material e Métodos

Utilizando uma abordagem do tipo coorte retrospectiva, foram analisados dados dos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) hepatites e Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP) malária, fornecidos pela Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto. Para as análises, foram realizadas as deduplicações dos bancos de dados, seguida de linkage probabilístico dos pares agrupados em um identificador único. Este projeto foi aceito pelo comitê de ética em pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (CAAE 69779023.7.0000.0005).

Resultados e Conclusão

Durante 2010 a 2019, foram notificados 32.686 casos de hepatites virais no estado do Amazonas, porém, alguns filtros foram realizados a fim de excluir dados não correspondentes, o primeiro filtro excluiu 4.548 registros que não continham a confirmação do diagnóstico, o segundo filtro excluiu 1.307 registros que não apresentavam a forma clínica e o último filtro excluiu 4.744 registros em que a classificação etiológica do vírus não condizia com o objeto de estudo, restando ao final 22.087 registros para serem pareados com o banco de malária. Para malária, o banco de registros foi de 720.409 entre os anos do estudo, sendo realizado um único filtro para excluir 1.663 registros do mesmo paciente no mesmo dia, restando ao final um banco de 718.746 registros. No pareamento entre os dois bancos observou-se que 13.343 pacientes constaram nas bases, sendo uma possível coinfecção. Esses resultados podem ajudar na vigilância epidemiológica das doenças no estado, visando a melhora no rastreio e notificação dos casos, e acende um alerta para possíveis complicações de coinfecções entre duas doenças endêmicas da região.

Palavras Chave

Hipnozoíto; Hepatite Viral; recorrência; malária.