Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO IN VITRO E IN VIVO DO EFEITO ANTI-Trypanosoma cruzi DE COMPLEXOS DE RUTÊNIO CONTENDO 1H-INDAZOL
Introdução
A negligenciada doença de Chagas é um grave problema de saúde pública, cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi. O benzonidazol e o nifurtimox, disponíveis para o tratamento, tem eficácia apenas na fase aguda da doença. Em adição, o uso prolongado de ambos está atrelado a diversos eventos adversos. Nesse cenário, os complexos de rutênio contendo o ligante 1H-indazol são potenciais candidatos para o tratamento da doença de Chagas.
Objetivo (s)
Avaliar in vitro e in vivo a atividade anti-T. cruzi dos complexos metálicos cis-[RuCl2(phen)2] (FOR020), cis-[RuCl(indz)(phen)2]+PF6- (FOR022) e cis-[Ru(indz)2(phen)2]2+(PF6-)2 (FOR0E2).
Material e Métodos
A avaliação da citotoxicidade foi realizada nas linhagens H9c2 e MRC5 utilizando o método colorimétrico AlamarBlue. A atividade tripanocida foi avaliada a partir da contagem em câmara de Neubauer das formas tripomastigotas viáveis (cepa Y). Ademais, foram realizados ensaios de microscopia eletrônica e marcações com Rodamina123 (despolarização mitocondrial) e MitoSox (produção de superóxido mitocondrial) por citometria de fluxo, utilizando tripomastigotas tratados com o complexo FOR0E2. Por fim, a atividade tripanocida do complexo FOR0E2 foi determinada em modelo murino de infecção chagásica aguda. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Uso de Animais – Fiocruz-BA (016/2023).
Resultados e Conclusão
Dos complexos avaliados, o FOR0E2 apresentou o melhor perfil de atividade tripanocida. O complexo FOR0E2 inibiu de maneira seletiva a viabilidade de formas tripomastigotas de T. cruzi (CI50 = 0,3 μM), demonstrando maior atividade tripanocida do que o benzonidazol (CI50 = 12,5 μM). Nessas formas evolutivas, o tratamento induziu alterações na superfície parasitária (retração do corpo celular e deformação flagelar) e promoveu desorganização intracelular (danos na rede kDNA e degeneração mitocondrial). Em adição, o complexo demonstrou significativa (p < 0,05) despolarização mitocondrial e elevação na produção de superóxido mitocondrial, apontando a organela como alvo-chave. Por fim, em modelo de infecção aguda o complexo FOR0E2 (20 mg/Kg) reduziu de forma significativa (33,2%; p < 0,05) a parasitemia. Em suma, identificamos o complexo FOR0E2, um agente anti-T. cruzi, que destrói o T. cruzi, tendo a mitocôndria como alvo, através da indução de stress oxidativo.
Palavras Chave
1H-indazol; Complexos de rutênio; Doença de Chagas; T. cruzi.
Área
Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Isabela Santos Cezar, Maria Vitória Gomes das Neves, Geanine Souza Rocha, Jaqueline Wang da Silva, Ivanilson Pimenta Santos, Danilo Kleber Santos Sales, Denise Santos de Sá, Carlos Daniel Silva da Silva, Milena Botelho Pereira Soares, Cássio Santana Meira