Dados do Trabalho
Título
Proteases carreadas por vesículas extracelulares de Acanthamoeba
Introdução
<p>Amebas de vida livre do gênero Acanthamoeba são patógenos oportunistas, capazes de causar infecção cutânea, sistêmica e cerebral, além de afetar a córnea humana, causando ceratite amebiana. No seu ciclo, o protozoário exibe a forma trofozoítica, que se converte em cisto sob condições adversas. Diversas células, incluindo Acanthamoeba, produzem e liberam no meio microestruturas com membrana lipídica denominadas vesículas extracelulares (VEs), que têm papel funcional em processos biológicos. Em continuidade a estudos que mostram que trofozoítos ativos, em condições de abundância nutricional, produzem e liberam VEs contendo proteases, pretende-se investigar se o perfil destas partículas se modifica em função do ciclo celular do protozoário.</p>
Objetivo (s)
<p>Caracterizar comparativamente VEs de Acanthamoeba liberadas por trofozoítos ativos e trofozoítos induzidos ao encistamento. </p>
Material e Métodos
<p>Trofozoítos de uma cepa de A. castellanii foram cultivados em meio PYG (proteose-peptona extrato de levedo) e usados no estudo. A vesiculação foi realizada com formas previamente lavadas (10^6 /mL) e incubadas em meio RPMI (32°C, 180 rpm) por 2 h ou<br />
em salina NEFF para indução de encistamento in vitro. Destas últimas formas, as VEs foram coletadas após 4 h (encistamento precoce) e após 24h (encistamento tardio). Os sobrenadantes filtrados em membrana 0,22 μm foram ultracentrifugados a 100000 x g por 2 horas a 4°C. As VEs foram analisadas por rastreamento de nanopartículas (NTA), avaliadas por microscopia eletrônica de transmissão (MET) e o conteúdo proteico quantificado por método de ácido bicinconínico (BCA). A caracterização parcial de<br />
proteases carreadas pelas VEs foi realizada por técnica de zimografia. </p>
Resultados e Conclusão
<p>As VEs obtidas apresentaram tamanho modal entre 119 nm e 213 nm e concentração de 10^10 a 10^11 partículas/mL e 0,5 μg/μL de proteína. Não houve diferenças significativas entre as amostras de trofozoítos ativos, em encistamento precoce ou<br />
encistamento tardio. As análises de MET confirmaram a morfologia das VEs como partículas esféricas delimitadas por camada lipídica. O perfil de proteases das VEs mostrou bandas principais de 35 e 150 kDa, porém com menor intensidade em VEs de<br />
formas em encistamento. Estes dados indicam que VEs de Acanthamoeba são produzidas em um perfil físico homogêneo, independente do estímulo ao encistamento, porém a menor atividade proteolítica sugere diferença funcional consistente com a diminuição de metabolismo durante o processo. </p>
Palavras Chave
Acanthamoeba; vesículas extracelulares; ciclo evolutivo; proteases
Área
Eixo 02 | 3.Tecnologia e Inovação em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Isabela Aurora Rodrigues, Bruna Madeira de Sousa Fiuza, Kamille Ribeiro Quirino, Frederic Jean Georges Frezard, Cinthia Furst Furst, Adriana Oliveira Costa