Dados do Trabalho

Título

NOTIFICAÇÕES DE ACIDENTES POR ESCORPIÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO NORDESTE: ESTUDO ECOLÓGICO

Introdução

Segundo a literatura, o Sudeste e o Nordeste brasileiros estão entre as regiões com mais casos de acidentes por escorpião no mundo, ocorrendo, principalmente, nos períodos quentes e chuvosos. Esse território abriga, em média, 160 espécies, justificando a importância de conhecer a sua epidemiologia. Esses animais estão principalmente no meio urbano, possuem hábitos noturnos e podem abrigar-se em calçados e roupas. Os sintomas ocorrem rapidamente e os óbitos estão relacionados a complicações como edema pulmonar agudo e choque.

Objetivo (s)

Descrever o panorama de notificações por picadas de escorpião em crianças e adolescentes no Nordeste.

Material e Métodos

Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao DATASUS, com as variáveis: regiões brasileiras, idade, gravidade, terapia e evolução do caso. Os critérios de inclusão foram: acidentes por escorpião e indivíduos menores de 19 anos. E os excluídos: acidentes por outros animais e maiores de 19 anos. Esses acidentes ocorreram de 2014 a 2022, em menores de 19 anos. Nos dados, foi aplicada estatística descritiva com o Excel.

Resultados e Conclusão

No Brasil, foram notificados 2.084.294 acidentes por animais peçonhentos nesse período. No Nordeste, em menores de 19 anos, os acidentes escorpiônicos representaram 150.931 (72,54%) dos casos de acidentes por animais peçonhentos. Nessa região, o estado mais acometido pelo escorpionismo, nessa idade, foi Pernambuco com 40.688 casos (26,96%), seguido por: Bahia (26,39%), Alagoas (16,51%), Paraíba (7,77%), Ceará (7,75%), Rio Grande do Norte (6,43%), Piauí (3,49%), Sergipe (2,43%) e Maranhão (2,27%). Além disso, a faixa etária mais prevalente foi dos 15 aos 19 anos (41.151), seguida pelas faixas de 5 aos 9 anos (35.799), de 10 aos 14 anos (35.400), de 1 aos 4 anos (30.302) e por menores de 1 ano (8.279). A maior parte desses casos foi classificada como leve (132.181), seguida por moderada (8.738) e grave (1.281). Ademais, 12.335 pacientes fizeram soroterapia e 124.774 não fizeram. Por fim, das vítimas, 136.400 obtiveram a cura e 138 cursaram para o óbito. Nesse público, os acidentes escorpiônicos representam a maioria dos acidentes por animais peçonhentos, sendo a maior parte com curso benigno, com baixa letalidade, classificada como leve e que não necessitou de soroterapia, podendo ser manejada na unidade de saúde. Este estudo tem como limitação a impossibilidade de descrição da espécie causadora do acidente.

Palavras Chave

Criança; Escorpionismo; Nordeste.