Dados do Trabalho


Título

Investigação da resistência medicamentosa na hanseníase evidencia aumento na detecção de cepas de M. leprae resistentes à quinolonas.

Introdução

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hanseníase, instituído por meio da Portaria SCTIE/MS nº 67, de 07 de julho de 2022, define os esquemas de tratamentos farmacológicos baseados em associações de medicamentos antimicrobianos (poliquimioterapias), objetivando a cura da infecção e a prevenção de incapacidades. Nesse sentido, o PCDT da Hanseníase define o uso de ofloxacino 400mg em combinação com outros antimicrobianos, como uma alternativa de tratamento, em segunda linha, nas seguintes condições: falha terapêutica por reação adversa à rifampicina, falha terapêutica por reação adversa à dapsona, falha terapêutica por reação adversa à clofazimina, falha terapêutica por M. leprae resistente à rifampicina, e no tratamento de indivíduos com considerável dificuldade de adesão ao tratamento farmacológico de primeira linha. 

Objetivo (s)

Apresentar a importância do monitoramento da investigação da resistência medicamentosa na hanseníase com alerta para o aumento na detecção de cepas de M. leprae resistente a quinolonas.

Material e Métodos

Trata-se de uma análise observacional descritiva dos casos mutações associadas no gene gyrA identificados no período 2018 a 2023 de setembro de 2022.

Resultados e Conclusão

Conforme dados do Sistema de Informação da Resistência em Hanseníase (SIRH), de 2018 a 2023, foram investigados 3.082 casos suspeitos, com detecção de 83 ocorrências de mutação genética, que conferem resistência antimicrobiana aos microrganismos das amostras investigadas, sendo 7 resistentes a rifampicina, 23 a dapsona e 50 a quinolona (ofloxacino). Na análise de resultados fármaco/ano (tabela 1), observa-se a tendência crescente da detecção de casos com mutação no gene gryA, o qual confere resistência aos fármacos da classe da quinolonas, a qual inclui o ofloxacino. Tabela 1: Número de casos de M. leprae resistente, por fármaco/ano, no período de 2018 a 2023. Ano/Fármaco Rifampicina Dapsona Ofloxacino Rifampicina + Dapsona 2018 1 0 0 0 2019 0 10 1 3 2020 0 3 1 0 2021 1 4 5 1 2022 5 4 28 0 2023 0 2 15 0 Total 7 23 50 4   Foi evidenciado uma tendência crescente da circulação no Brasil, de cepas de M. leprae com mutação no gene gyrA, a qual confere resistência antimicrobiana aos fármacos da classe das quinolonas. Nesse sentido, que as unidades assistenciais de hanseníase, no âmbito do SUS, reforcem a adesão e o cumprimento expresso das diretrizes terapêuticas (PCDT) instituídas. 

Palavras Chave

Hanseníase; Vigilância em Saúde Pública; vigilância laboratorial; Resistência antimicrobiana; sequenciamento genético; leishmaniose

Área

Eixo 11 | 3.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Hanseníase

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Alexandre Casimiro de Macedo, Elaine Silva Nascimento Andrade, Marcela de Carvalho Campos, Patrícia Pereira Lima Barbosa, Daniele dos Santos Lages, George Jo Bezerra Sousa, Margarida Cristiana Napoleão Rocha