Dados do Trabalho

Título

Aglomerados Espaciais de casos de Tuberculose na Rede de Assistência à Saúde do Departamento Regional de Saúde III - Araraquara/SP

Introdução

A pandemia de COVID-19 trouxe comprometimento à vigilância epidemiológica da tuberculose (TB), com sua subnotificação e potencializando a problemática do abandono do tratamento, com dificuldades de acesso, adesão e fatores de natureza social, relacionando-se à distribuição socioespacial. Dessa forma, o mapeamento da doença é o primeiro passo para as intervenções em saúde.

Objetivo (s)

Identificar a existência de aglomerados espaciais de risco para ocorrência de casos de TB na rede de assistência à saúde dos 24 municípios do Departamento Regional de Saúde III (DRS III) - Araraquara/SP no período de 2018 a 2022.

Material e Métodos

Estudo ecológico de delineamento de grupos múltiplos que considerou dados secundários obtidos no Sistema de Controle de Pacientes de Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. O projeto foi aprovado com Certificado Comitê de Ética em Pesquisa n°: 63839922.9.0000.5504.  A detecção dos aglomerados espaciais seguiu a técnica também conhecida como Estatística Scan. Foi realizada a geolocalização dos casos com base nas coordenadas geográficas referentes aos endereços residenciais notificados (latitude e longitude) e a malha censitária digital da microrregião de Araraquara de 2022 obtida no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, seguido para a análises no software SaTScan™. Foram considerados os aglomerados puramente espaciais (p<0,05) com risco relativo (RR) maior que um (RR>1,00).

Resultados e Conclusão

Houve 954 notificações no DRS III, sendo 95 excluídas por incompletude nos dados relacionados a geolocalização e dois durante a varredura por incompletude na data de nascimento. A análise revelou a presença de dois aglomerados estatisticamente significativos, sendo um composto pelos municípios de Ibaté e São Carlos (RR: 1,36; IC:1,18 - 1,56); e outro por: Boa Esperança do Sul, Gavião Peixoto e Trabiju (RR: 2,01; IC: 1,41 - 2,86).  Conclui-se que a distribuição heterogênea dos casos sublinha a necessidade de compreender os fatores locais que contribuem para o alto RR da TB nestes municípios. A técnica de análise utilizada possibilita direcionar ações em saúde, e ampliar a investigação dos determinantes sociais de saúde e de gestão e manejo dos casos como ação para o fim da TB conforme meta estabelecida até 2030.  

Palavras Chave

Tuberculose; Aglomerados Espaciais; Saúde Coletiva.