Dados do Trabalho

Título

"Leishmaniose Visceral em cães assintomáticos: estudo utilizando teste rápido imunocromatográfico como método de triagem em municípios indenes do Paraná"

Introdução

A Leishmaniose Visceral Canina(LVC) é uma zoonose negligenciada, de evolução sistêmica, parasitária, não contagiosa e de transmissão vetorial. O vetor incriminado na transmissão, no estado do Paraná, é o flebotomíneo da espécie Lutzomya longipalpis e o agente etiológico Leishmania infantum é transmitido durante o repasto sanguíneo. Entretanto, os cães podem infectar outros cães por outras vias de transmissão, vale dizer: via venérea, transfusão sanguínea e vertical.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi determinar a soropositividade em uma população de cães assintomáticos, empregando o teste rápido imunocromatográfico TR-DPP como método de triagem. Também, avaliou-se a concordância entre a positividade do TR-DPP e exame confirmatório (ELISA) visando identificar possíveis casos de falsos positivos, para uma melhor compreensão da eficácia desses testes na detecção precoce da doença em cães assintomáticos.

Material e Métodos

Durante o período de janeiro de 2022 a maio de 2024 foram realizados inquéritos sorológicos, em sete municípios indenes do Paraná com áreas vulneráveis à ocorrência de LVC e, foram incluídos na amostra todos os cães assintomáticos que entravam no raio do inquérito. Os cães registrados como reagentes foram submetidos ao diagnóstico confirmatório utilizando ELISA. Os dados foram tabulados e analisados utilizando o software Excel 2016.

Resultados e Conclusão

Dos 486 cães incluídos no estudo, 404 (83,1%) foram classificados como não reagentes, enquanto 82 (16,9%) foram considerados reagentes no teste rápido. O exame confirmatório (ELISA) demonstrou 91,5% de resultados não reagentes e 8,5% de cães reagentes. Esses achados sugerem a possibilidade de reação cruzada no teste rápido e destacam a importância de avaliar a sensibilidade e especificidade dos métodos de diagnóstico utilizados, bem como a importância de exames comprobatórios, pela técnica de Enzimaimunoensaio (ELISA), que norteia o médico veterinário na tomada de decisão a respeito do animal. Já, em relação aos cães assintomáticos, as normativas devem ser melhores aproveitadas e aprofundadas para que não ocorra uma expansão geográfica da doença, visto que os cães podem se infectar por outras vias de transmissão. Ressalta-se que o diagnóstico precoce é de suma importância para auxiliar nas medidas de controle e prevenção da leishmaniose visceral em territórios onde sabidamente não é endêmico e contempla como medida de saúde pública, pois casos em cães antecedem casos em humanos.  

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral Canina; Teste imunocromatográfico; Zoonoses