Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ESPACIAL DA TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2020 A 2022
Introdução
A tuberculose drogarresistente (TBDR) representa grave ameaça no controle da tuberculose (TB), aumentando custos, duração e os efeitos adversos do tratamento. No Estado do Pará, a TB é especialmente alarmante, com taxas de incidência e abandono acima da média nacional e taxas de cura abaixo, evidenciando a necessidade de compreender o cenário da TBDR nessa área.
Objetivo (s)
Analisar a situação da tuberculose drogarresistente (TBDR) no estado do Pará.
Material e Métodos
Analisou-se dados epidemiológicos e sociodemográficos de TBDR a partir do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose de 2020 a 2022, utilizando estatística descritiva para análise das frequências absoluta e percentual de cada variável. A distribuição espacial foi realizada pelos softwares ArGics e TerraView
Resultados e Conclusão
Entre os anos de 2020 a 2022 foram notificados 260 casos de TBDR no Pará, sendo 71 casos em 2020 com uma incidência de 0,8 casos a cada 100 mil/hab, 98 casos em 2021 (1,14 por 100 mil/hab) e 91 casos em 2022 (1,12 por 100 mil/hab). A maioria dos casos apresentou-se no sexo masculino (171; 65.76%), na raça/cor da pele “parda” (210; 80.7%), com escolaridade de 4 a 7 anos (103; 39,86%) e na faixa etária entre 20 a 34 anos (85; 32.6%). Destaca-se a ocorrência de 2 casos em indivíduos menores de 16 anos. Do total de casos, 66 (25,3%) não foram submetidos ao teste rápido molecular (TRM) e 20 (7.69%) não foram submetidos ao teste de sensibilidade (TS), apesar de apresentarem cultura positiva. Em relação ao tipo de resistência, 141 casos (54,2%) eram de resistência adquirida e 116 (44,6%) de resistência primária. No padrão de resistência inicial, a resistência à rifampicina (RR) foi predominante, com 110 casos (42.3%), enquanto a multirresistência (MDR), com 95 casos (36,5%), prevaleceu no final. Destaca-se ainda um caso de pré-extensivamente resistente (Pré-XDR). Quanto à situação de encerramento, o abandono ocorreu em 32 casos (12,3%). A distribuição espacial evidenciou maior carga de TBDR na mesorregião Metropolitana de Belém (176; 67,69%). As deficiências no diagnóstico podem levar a atrasos na identificação de cepas resistentes e falha no tratamento. Recomenda-se fortalecer o sistema de saúde para garantir que todos os pacientes tenham acesso ao TRM e ao TS, orientando o tratamento adequado e contribuindo para o controle da TBDR no Pará.
Palavras Chave
Mycobacterium tuberculosis; diagnóstico; TBDR; Rifampicina.
Área
Eixo 13 | Tuberculose e outras Microbactérias humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
José Anderson Monteiro Pantoja, Layana Rufino Ribeiro, Maria Isabel Montoril, Davi Josué Marcon, Lúcia Helena Martins Tavares Monteiro, Ricardo José de Paula Souza e Guimarães, Michele Lima de Brito, Ana Judith Pires Garcia Quaresma, Carlos Augusto Abreu Alberio, Emilyn Costa Conceição, Karla Valéria Batista Lima