Dados do Trabalho


Título

Explorando as mutações intra-hospedeiros de SARS-CoV-2 nos grupos de indivíduos vacinados durante as ondas de Delta e Ômicron no Estado de São Paulo, Brasil.

Introdução

Desde dezembro de 2019, o SARS-CoV-2 tem evoluído, resultando em múltiplas linhagens e variantes de preocupação (VOC) mostrando alterações na transmissibilidade, virulência e evasão imunológica. Tais mudanças evolutivas ocorrem devido ao acúmulo de mutações durante a replicação viral, gerando genomas virais diversos, caracterizados por variantes de nucleotídeo único (iSNVs). Algumas dessas iSNVs podem ser transmitidas, tornando-se prevalentes na população.

Objetivo (s)

Investigar o impacto evolutivo da vacinação sobre o SARS-CoV-2.

Material e Métodos

Foram analisadas 708 amostras positivas coletadas durante as ondas Delta e Ômicron (agosto de 2021 a março de 2022) no Estado de São Paulo, sequenciadas usando o Illumina iSeq. As sequências genômicas consenso foram obtidas por meio de montagem de referência usando o VIPER (Viral Identification Pipeline for Emergency Response). Genomas com pelo menos 90% de completude foram selecionados. A detecção de iSNVs foi realizada com o iVar, com uma frequência alélica mínima de 3% e profundidade mínima de sequenciamento de 100x. Sequências genômicas dos haplótipos virais intra-hospedeiros foram obtidas com a ferramenta aBayesQR e, posteriormente, submetidas ao software SNPGenie para análise de diversidade nucleotídica. As amostras foram categorizadas conforme a VOC (analisadas individualmente), o status de vacinação (vacinados e não vacinados) e a classe de resposta antigênica da vacina (vírus completo inativado – CoronaVac; baseada em spike – Pfizer, AstraZeneca e Janssen).

Resultados e Conclusão

Não houve diferença estatisticamente significativa no número total de iSNVs entre os grupos vacinados e não vacinados, tanto em Delta quanto em Ômicron, mesmo ao considerar apenas iSNVs para mutações não sinônimas ou ao comparar diferentes classes de vacinas. Contudo, em Delta, observaram-se diferenças significativas nos genes do nucleocapsídeo, envelope e ORF9b, embora o efeito dessas comparações tenha sido fraco (Cliff’s delta < 0,2). Não houve diferença na pressão seletiva ao comparar o genoma dos haplótipos virais entre amostras de vacinados e não vacinados. Entretanto, em Ômicron, os genes do envelope e ORF7b tendem a sofrer uma pressão negativa nas amostras de vírus completo inativado. Independentemente da classe, a vacinação não induz a uma taxa de mutação aumentada em indivíduos vacinados. No entanto, o monitoramento contínuo de iSNVs específicos associados a diferentes classes de vacinas e variantes é crucial para garantir a eficácia contínua das estratégias de vacinação.

Palavras Chave

SARS-CoV-2; intra-hospedeiro; Vacinação; diversidade intra-genotípica; haplótipo viral

Área

Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Alex Ranieri Jerônimo Lima, Gabriela Ribeiro, Vincent Louis Viala, James Siqueira Pereira, Iago Trezena Tavares De Lima, Vinicius Carius De Souza, Isabela Carvalho Brcko, Projeto CeVIVAS, Sandra Coccuzzo Sampaio, Maria Carolina Elias