Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO DE SERTRALINA E FLUOXETINA FRENTE A DERMATÓFITOS

Introdução

Os dermatófitos são espécies de fungos patogênicos que apresentam alta afinidade pelas estruturas queratinizadas que compõem as unhas, a pele e os cabelos, causando infecções superficiais denominadas dermatofitoses. A dermatofitose é causada principalmente pelos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. As espécies que predominam e apresentam maior resistência aos antifúngicos são T. rubrum, T. interdigitale, T. tonsurans e M. canis. O reposicionamento de medicamentos é uma alternativa que pode reduzir significativamente o tempo e o custo do desenvolvimento de novos fármacos antifúngicos. A atividade antifúngica in vitro dos antidepressivos, pertencentes à classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, já foi avaliada contra vários patógenos fúngicos, incluindo Cryptococcus spp., Aspergillus spp., Trichosporon spp. e Candida spp.

Objetivo (s)

Este estudo teve como objetivo avaliar in vitro o perfil de suscetibilidade de fungos dermatófitos aos antidepressivos fluoxetina e sertralina, reposicionando esses medicamentos para o tratamento das dermatofitoses e caracterizando o mecanismo de ação antifúngica desses fármacos.

Material e Métodos

As Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM's) de antidepressivos e anti fúngicos foram determinadas pelo método de microdiluição em caldo, contra isolados clínicos das espécies Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton rubrum, e uma cepa ATCC, Trichophyton mentagrophytes - TME ATCC 9533. O ensaio de sorbitol foi usado para avaliar o possível mecanismo de ação.

Resultados e Conclusão

A análise de suscetibilidade in vitro demonstrou considerável atividade antidermatofítica dos antidepressivos avaliados, com concentração inibitória mínima (CIM) de fluoxetina de 512 μg/mL e sertralina de 32 μg/mL. Ambos os antidepressivos sugerem atividade antifúngica ao nível da parede celular, uma vez que quando o sorbitol foi utilizado no ensaio, como protetor osmótico da parede celular fúngica, houve uma clara diminuição da atividade antifúngica in vitro com aumento das CIM analisadas. Posto isto, ambos os antidepressivos demonstraram atividade antifúngica e a sertralina foi ativa em concentrações mais baixas. Além disso, o ensaio do sorbitol sugere um mecanismo de ação ao nível da parede celular.  

Palavras Chave

Dermatófitos; Antidepressivos; Fluoxetina; Sertralina

Área

Eixo 12 | 3.Micoses humanas e veterinárias - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Fernanda Riffel, Daniela Silvana Borges da Silva, Daiana Flores Dalla Lana, Cheila Denise Ottonelli Stopiglia