Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2013 A 2022
Introdução
A leishmaniose visceral, conhecida como calazar, é uma doença parasitária grave, potencialmente fatal, causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida ao ser humano pela picada de insetos conhecidos como mosquitos-palha. Os sintomas incluem febre, perda de peso, palidez e hepatomegalia. Sua distribuição geográfica complexa faz dela um problema significativo de saúde pública, particularmente em regiões tropicais onde fatores climáticos e socioeconômicos facilitam o ciclo de transmissão da doença, destacando a importância do seu estudo.
Objetivo (s)
Descrever o perfil epidemiológico das notificações por leishmaniose visceral no Brasil.
Material e Métodos
Estudo ecológico realizado a partir de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisados os casos confirmados de leishmaniose no Brasil entre 2013 e 2022, excluindo dados duplicados, registros incompletos ou de doenças não relacionadas à leishmaniose. Por fim, foram abordadas variáveis como idade, sexo, região geográfica, escolaridade, cura e óbito.
Resultados e Conclusão
Entre 2013 e 2022, o Brasil registrou 31.473 casos de leishmaniose. Desses, 0,25% apresentaram sintomas anos antes do diagnóstico, enquanto a maioria foi diagnosticada antes dos sintomas aparentes, sugerindo erros de registro ou diagnósticos proativos. Clinicamente, 68,3% dos casos alcançaram cura e 7,6% resultaram em óbito. A maioria dos casos (56%) ocorreu na região Nordeste, principalmente em adultos de 40 a 64 anos (43%) e crianças de 1 a 4 anos (21,9%). Homens compuseram 66% dos casos. Quanto à escolaridade, foi maior entre indivíduos com ensino fundamental incompleto (23,3%), possivelmente devido à menor acesso a informações sobre prevenção. Observou-se uma redução nos casos a partir de 2020. Essa análise destaca a distribuição e impacto da Leishmaniose no Brasil, afetando principalmente adultos entre 40 e 64 anos, homens e residentes da Região Nordeste. Observou-se uma redução dos casos a partir de 2020, possivelmente devido a avanços no controle ou medidas relacionadas à pandemia de COVID-19. Embora a maioria dos casos resulte em cura, a mortalidade ainda é preocupante. A relação entre menor escolaridade e maior ocorrência dos casos destaca a necessidade da educação e do acesso igualitário à informação. Portanto, políticas públicas focadas no diagnóstico precoce, tratamento adequado e educação em saúde são essenciais para combater a leishmaniose e melhorar a saúde pública, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
Palavras Chave
Epidemiologia; Leishmaniose Visceral; Doenças Negligenciaveis.
Área
Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
Ana Clara Lacerda Freritas, Lívia Maria Oliveira Franco Vieira , Joyce Larissa Gomes de Carvalho , Sávio Pereira Costa, Isadora Zabotto Felice, Maria Paula Carvalho Reis Mansur, Higor Braga Cartaxo