Dados do Trabalho
Título
Impacto da Pandemia de COVID-19 na Incidência da Meningite Bacteriana em Crianças: Um Estudo Retrospectivo
Introdução
meningite é caracterizada por inflamação das meninges, afetando o Sistema Nervoso Central, frequentemente causado por infecções bacterianas, virais, fúngicas ou parasitárias. Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis são os principais agentes bacterianos.
Objetivo (s)
O objetivo do estudo foi descrever os casos de meningite com etiologia bacteriana no período pré-pandemia e durante a pandemia do SARS-CoV2.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo, conduzido na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), que analisou casos de meningite bacteriana em crianças de 3 meses a 15 anos no período pré-pandemia (2017-2019) e durante a pandemia de COVID-19 (2020-2022). A coleta de dados foi realizada através da plataforma iDoctor (prontuário eletrônico). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 12775119.5.0000.0005).
Resultados e Conclusão
De um total de 640 prontuários revisados, identificou-se 145 pacientes com diagnóstico confirmado para meningite bacteriana. Destes, 91 casos ocorreram no período pré-pandemia e 54 durante a pandemia. A distribuição por sexo foi semelhante entre os períodos. A faixa etária variou, durante a pandemia houve uma diminuição das crianças < de 1 ano, enquanto houve um aumento em crianças de 1 a 4 anos. Os sintomas mais comuns no período pré-pandemia foram febre (51;30,72%), cefaleia (40;24,10%) e vômito (36;21,69%), enquanto durante a pandemia, a febre (32;29,91%), vômito (25;3,36%), cefaleia (19;17,76%) foram mais frequentes, com aumento em rigidez de nuca (17;5,89%) e alteração de consciência (5;4,67%). A análise bacteriológica revelou que, no período pré-pandemia, H. influenzae tipo B, N. meningitidis Grupo C, Staphylococcus aureus e S. pneumoniae foram as bactérias mais comuns (4;20%) para todas. Durante a pandemia, S. epidermidis (6;54,55%) foi a bactéria mais frequentemente isolada. A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na incidência e nas características clínicas da meningite bacteriana em crianças. Observou-se uma redução no número total de casos, especialmente em crianças < de 1 ano, durante a pandemia. Notavelmente, S. epidermidis tornou-se o patógeno mais frequentemente isolado durante a pandemia, contrastando com a diversidade de patógenos observada no período pré-pandemia. Esses achados sugerem que as medidas de distanciamento social e outras intervenções relacionadas à pandemia podem ter influenciado a epidemiologia da meningite bacteriana em crianças.
Palavras Chave
Meningite Bacteriana, COVID-19, Crianças, Epidemiologia, Sintomas Clínicos
Área
Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Antônia Loraine Gomes Rodrigues , Felipe Jones Souza da Silva , Michele De Souza Bastos, Samantha Dos Santos Tuffic, Rossicleia Lins Montes , Eveny Perlize De Melo Marinho, Alana Viviane Gonçalves Falcão , Valderjane Aprigio Da Silva , Catarina Souza Rocha , Lara Laycia Almeida de Sousa