Dados do Trabalho

Título

Projeto de Apoiadores Municipais uma estratégia exitosa para Prevenção, Controle e Eliminação da Malária na região amazônica do Brasil

Introdução

A malária continua a ser um importante problema de saúde pública em todo o mundo, com altas taxas de morbidade e mortalidade associadas. Em 2022, estima-se que houve 249 milhões de casos de malária e 608 mil mortes pela doença em 85 países e áreas endêmicas. Desde a criação do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNMC) em 2003, o número de casos e mortes por malária diminuiu no Brasil. Para apoiar o controle e a eliminação da malária na Amazônia brasileira, o Projeto Apoiadores Municipais (MSP) foi criado em 2012.

Objetivo (s)

Realizar uma avaliação global do MSP, destacando os pontos fracos, os pontos fortes e as oportunidades, e fornecendo recomendações para melhorias futuras.

Material e Métodos

Usamos um estudo de caso comunitário com uma descrição histórica dos casos de malária nos municípios apoiados pelo MSP de 2012 a 2022, com abordagem de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças (SWOT) com base na ação participativa dos envolvidos no PNCM.

Resultados e Conclusão

O MSP contratou um total de 117 profissionais e priorizou 55 municípios com alta incidência de malária (índice parasitário anual [API] > 50 casos/1000 habitantes). Esses municípios registraram uma redução de 63% dos casos no período de 2012 a 2022 em comparação com o período de 2003 a 2011. O número de municípios de alto risco (API > 50) caiu de 33 em 2011 para 19 em 2022. Quinze municípios (27,3%) foram apoiados de forma consistente pelo MSP durante o período do estudo, pois o IPA não foi reduzido para menos de 50. A matriz SWOT de avaliação do MSP destacou pontos positivos importantes (conhecimento técnico e experiência; parcerias estaduais e municipais; envolvimento e conscientização da comunidade; integração com diferentes setores; disseminação de informações estratégicas; e perspectivas de eliminação da malária) e aspectos negativos (desafios logísticos; coordenação limitada; falta de monitoramento epidemiológico periódico; rotatividade de profissionais; instabilidade na gestão do PNCM; instabilidade política; mudanças climáticas e seus impactos e ausência ou precariedade de engajamento local). O MSP tem uma estrutura consolidada em termos de cadeia de processos e, atualmente, é uma estratégia com resultados positivos na mudança do cenário epidemiológico da malária, embora algumas dificuldades precisem ser superadas e melhor avaliadas para que sejam tomadas medidas corretivas adequadas. Este trabalho pode servir de base para a implementação de ações semelhantes em países onde a malária é endêmica.

Palavras Chave

malária; eliminação da malária; Saúde Pública; gestão do controle da malária; leishmaniose