Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DESCRITIVA DOS SURTOS DE SÍNDROME GRIPAL NOTIFICADOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO (RJ): 2016 A 2023

Introdução

A Síndrome Gripal (SG) é uma infecção respiratória aguda caracterizada por dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos. Com a pandemia de COVID-19 e introdução de um novo vírus respiratório causador da SG, houve a ampliação das estratégias da Vigilância em Saúde no município do Rio de Janeiro (MRJ) visando a detecção, investigação e resposta oportunas para o controle da extensão de surtos de SG e prevenção de surtos futuros.

Objetivo (s)

Descrever a incidência de surtos de SG no MRJ no período de 2016 a 2023.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo. Foram analisados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da planilha de monitoramento de surtos do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do MRJ (CIEVS Rio). Foram incluídos surtos causados por Sars-CoV-2 (CID-10 B34.2) e por outros vírus respiratórios (CID-10 J06). Para fins de notificação no SINAN, o Ministério da Saúde considera surto de SG a ocorrência de três ou mais casos com vínculo epidemiológico em ambientes fechados (escolas, creches, instituições de longa permanência, entre outros) e em unidades hospitalares. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde do MRJ (Número de Aprovação: 76309023.9.0000.5279).

Resultados e Conclusão

Durante o período analisado, foram notificados 1.950 surtos de SG, dos quais 91,3% foram causados por Sars-CoV-2 e 8,7% por outros vírus respiratórios. A distribuição anual variou, 3 surtos foram notificados em 2016, 2 em 2017, 3 em 2018, 12 em 2019, 295 em 2020, 676 em 2021, 806 em 2022 e 152 em 2023. Os locais com maior ocorrência foram escolas públicas e privadas (35,8%), local de trabalho (28,9%) e instituições de longa permanência para idosos (20,7%). A média de casos por surto foi de 8 pessoas. Ocorreu óbito em 1,9% dos casos incluídos nos surtos, correspondendo a 312 óbitos. Os resultados mostram um aumento significativo dos surtos de SG notificados durante a pandemia de COVID-19, possivelmente devido à circulação de um novo vírus respiratório e à maior sensibilização dos profissionais de saúde e das equipes de vigilância, especialmente as unidades de resposta rápida, devido ao cenário epidemiológico. Destaca-se a importância da vigilância contínua e da adaptação das políticas de saúde pública para identificar e monitorar os surtos de SG, visando proteger a saúde da população.

Palavras Chave

surto; Síndrome Gripal; Vigilância em saúde; Rio de Janeiro