Dados do Trabalho
Título
Identificação de comportamentos complacentes para a hesitação vacinal em residentes de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Introdução
A hesitação vacinal – o atraso ou a recusa de um ou mais imunizantes – foi listada em 2019 como uma das dez ameaças a saúde global pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dentre os determinantes da hesitação vacinal, a complacência é decorrente da baixa percepção do risco de adoecimento e da necessidade da vacinação. Pode resultar da baixa consciência sobre consequências da não vacinação, do bom status de saúde que reduz a sensação de vulnerabilidade, e da baixa frequência de doenças já controladas por estratégias de vacinação. Comportamentos complacentes podem contribuir para a diminuição da cobertura vacinal.
Objetivo (s)
O estudo objetivou identificar comportamentos complacentes em residentes de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Material e Métodos
Alinhado a um inquérito domiciliar para estimar a cobertura vacinal no município, dados primários foram coletados por meio de entrevistas para identificar a hesitação vacinal, entre 2022 e 2023. O modelo conceitual 3C de determinantes da hesitação vacinal foi aplicado para classificar os motivos de hesitação descritos e identificar comportamentos complacentes.
Resultados e Conclusão
Foram entrevistados 518 residentes, sendo a maioria mulheres (62,0%), não brancos (69,9%), com idade média de 46,7 (DP = 17,4) anos, uma média de 9,71 (DP = 4,6) anos de estudo, e não classificados como baixa renda (64,5%). A maioria dos participantes acreditava que as vacinas podem proteger a si e a crianças de doenças graves (95,9%) e que as pessoas com quem conviviam se vacinavam com todas as vacinas recomendadas (71,8%). Dos participantes, 50,2% relataram ter hesitado em se vacinar, sendo mencionados 609 motivos. Destes, 19,7% eram relacionados à complacência, citados por 111 residentes (21,4%). A percepção de que a vacina não era necessária (60,0%), esquecimento (29,2%) e desmotivação ou preguiça (10,8%) foram os motivos de complacência descritos. A maioria destes motivos foram referidos como anteriores ao início da pandemia de COVID-19 (52,3%). Apenas a percepção de que a vacina não era necessária foi relacionado à pandemia (62,5%). A maioria dos participantes relatou ter sido orientado por profissionais de saúde sobre a importância de se vacinar (75,8%) e ter uma relação boa ou ótima com esses profissionais de saúde (69,7%). Os resultados demonstram a existência de comportamentos complacentes anteriores à pandemia de COVID-19, indicando a necessidade de ações educativas sobre a importância da imunização como meio de promoção à saúde e prevenção de doenças.
Palavras Chave
Complacência; Hesitação vacinal; Vacinação; Inquérito domiciliar.
Área
Eixo 15 | Vacinas e imunizações
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Ana Isabel do Nascimento, Lisany Krug Mareto, Micael Viana de Azevedo, João Cesar Pereira da Cunha, Gabriel Serrano Ramires Koch, Laysa Gomes Osório, Maria Elizabeth Araújo Ajalla, Cláudia Du Bocage Santos-Pinto, Everton Falcão de Oliveira