Dados do Trabalho

Título

A ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL COMO ALTERNATIVA PARA COLONIZAÇÃO DE LUTZOMYIA LONGIPALPIS (DIPTERA: PSYCHODIDAE)

Introdução

Colonizar insetos em laboratório é uma tarefa que requer protocolos e condições ambientais bem estabelecidas, sobretudo, insetos hematófagos, que adicionalmente dependem de biotérios.

Objetivo (s)

A alimentação artificial de Lutzomyia longipalpis foi testada com o intuito de minimizar a dependência do uso de vertebrados como fonte alimentar na manutenção de colônias.

Material e Métodos

Os experimentos foram conduzidos após aprovação das instâncias legais. Utilizou-se um alimentador artificial de vidro acoplado a um banho-maria com fluxo constante de sangue e água a 36ºC. Foram testadas as variáveis: tipo de membrana, de sangue e anticoagulante em comparação a técnica padrão, que consiste no uso de cobaias como fonte alimentar sanguínea. As membranas empregadas foram pele de pinto (Gallus gallus domesticus), cápsula de Glisson, intestino bovino, intestino suíno, intestino suíno preparado industrialmente, Parafilm®, látex, plástico filme e luva de vinil. Como fonte alimentar sanguínea foi empregado sangue humano ou bovino, desfibrinado ou previamente preparado com EDTA ou heparina. Os insetos foram expostos ao dispositivo de alimentação por uma hora.

Resultados e Conclusão

Foram utilizados 1.333 flebotomíneos de geração F1, reunidos em no mínimo, 6 casais por experimento. No grupo controle, todas das fêmeas concluíram o repasto sanguíneo em hamsters. Na alimentação artificial, obteve-se fêmeas ingurgitadas quando foram utilizadas a pele de pinto (63,3%) e o intestino bovino (16,7%). Ao avaliar a atratividade dos insetos à fonte alimentar, observou-se que a pele de pinto aliada ao sangue humano obteve resultados significativos. O tipo de membrana e a fonte alimentar sanguínea foram variáveis associadas ao número de fêmeas ingurgitadas, ao número de ovos obtidos e consequentemente ao desenvolvimento até o estágio larval  de L. longipalpis. O uso de anticoagulantes não influenciou os resultados. A análise dos resultados permite-nos inferir que a técnica da alimentação artificial, embora bastante promissora, ainda não substitui o uso de animais vivos em condições laboratoriais para alimentação de L. longipalpis.

Palavras Chave

Phlebotominae; Colônia; Alimentação Artificial