Dados do Trabalho
Título
Novas moléculas com potenciais terapêuticos para Leishmania infantum: um estudo in vitro ultraestrutural e citotóxico
Introdução
As leishmanioses, causadas por protozoários do gênero Leishmania, são doenças negligenciadas de grande importância na saúde pública. O tratamento atualmente usa antimoniais pentavalentes, anfotericina B, pentamidina e metilfosina, porém os efeitos colaterais e a citotoxicidade incentivam a busca por novas alternativas terapêuticas. Compostos sintéticos, como tiossemicarbazonas, são versáteis, com bom custo-benefício e altamente quimiosseletivos, podendo ser considerados possíveis potenciais terapêuticos.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho é realizar estudos in vitro na avaliação da atividade leishmanicida contra Leishmania infantum como uma alternativa inovadora na busca por novas moléculas candidatas a agentes terapêuticos.
Material e Métodos
O estudo avaliou a atividade leishmanicida de 8 compostos de tiossemicarbazonas (JF-257, JF-258, JF-259, JF-260, JF-262, JF-264, JF-265, JF-266) em promastigotas de L. infantum. Foi realizada a determinação do IC50 dos compostos, Índice de Seletividade (IS) e citotoxicidade (CC50) em macrófagos J774.A1, células HEPG2 e células Vero, além da sua atividade hemolítica. Foi realizada a análise ultraestrutural usando microscopia eletrônica de varredura e transmissão e mecanismo de ação com iodeto de propídio e anexina.
Resultados e Conclusão
Resultados preliminares demonstraram que os compostos tiveram atividade leishmanicida, inibindo o crescimento de L. infantum. Os compostos mais eficazes foram JF-264 (IC50 = 30,72 μM) e JF-260 (IC50 = 36,29 μM). Os valores de CC50 em macrófagos J774 variaram de 91.52 a 15,57 μM, com o JF-266 apresentando o maior IS. Os valores de CC50 em células Vero variaram de 16.99 a 68.36 μM, e o JF-258 exibiu o maior IS. Os valores de CC50 em células HEPG2 variaram de 16.69 a 45.67 μM, com o JF-258 novamente mostrando o maior IS. Todos os compostos apresentaram baixos percentuais de hemólise (<10%), sendo considerados não-hemolíticos. A análise ultraestrutural revelou alterações na morfologia de L. infantum tratadas com JF-260 e JF-266, incluindo células arredondadas e inchadas com flagelos reduzidos na varredura. Na microscopia de transmissão foi possível observar alterações na forma do parasito, vacuolização citoplasmática e cromatina condensada. Por citometria foi possível observar dano por apoptose e necrose. Compostos de tiossemicarbazonas demonstraram eficácia promissora contra L. infantum, direcionando-se seletivamente ao parasito. Pesquisas adicionais são necessárias para compreender e explorar o seu potencial como agentes terapêuticos.
Palavras Chave
Tiossemicarbazonas; Leishmania infantum; microscopia eletrônica; in vitro.
Área
Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Janderson Weydson Lopes Menezes da Silva, Andréa Regina Alves da Rocha Diniz, Alberon Ribeiro de Araújo, Dyana Leal Veras, Marton Kaique de Andrade Cavalcante, Fernanda Carolina Ribeiro Dias, Manoel Sebastião de Costa Lima Júnior, Maria do Carmo Alves de Lima, Ana Paula Sampaio Feitosa, Luiz Carlos Alves, Fábio André Brayner dos Santos