Dados do Trabalho

Título

Aplicação intradomiciliar espacial de inseticida para controle de Aedes aegypti em municípios do estado de Minas Gerais.

Introdução

Minas Gerais enfrenta recorrentes epidemias de dengue e outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti. A prevenção e controle do vetor são essenciais para conter a aumento das doenças. Em cenários de alta incidência, utiliza-se a aplicação espacial de inseticidas em veículos, embora essa técnica tenha mostrado baixa eficiência na eliminação de fêmeas infectadas de A. aegypti, demostrando efetividade limitada em interromper a transmissão das arboviroses. Desde 2017, estudos em Minas Gerais indicaram maior eficiência com metodologias mais focalizadas. Esta nova abordagem foi testada, validada e introduzida no estado desde 2019. O presente trabalho apresenta os resultados dessa implantação.

Objetivo (s)

Analisar a implementação da aplicação intradomiciliar espacial de inseticida para controle de Aedes aegypti e seu impacto nas estratégias de controle das arboviroses em Minas Gerais.

Material e Métodos

Foi realizada uma revisão dos estudos de eficácia da metodologia em municípios de Minas Gerais. A introdução da metodologia incluiu capacitação das equipes técnicas e Agentes de Combate às Endemias (ACE) e a elaboração de normativas técnicas. Avaliou-se a aceitação pelos operadores e pela população, bem como a efetividade do Sistema Aero System.

Resultados e Conclusão

A aplicação com o Sistema Aero System resultou em mortalidade superior a 90% das fêmeas de A. aegypti em campo. O processo é rápido (3,5 min. por casa) e bem aceito por operadores e comunidade. O sistema é eficaz, fácil de manusear e requer manutenção mínima. Os agentes de campo mostraram-se aptos após treinamento. A metodologia foi introduzida em Minas Gerais com critérios de elegibilidade diversos, resultando em significativa redução do vetor e impacto na transmissão de arboviroses. A Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) é dividida em 28 Unidades Regionais, cobrindo 853 municípios. Destas, 61% (17) receberam permetrina para uso intradomiciliar. E 37 municípios foram acompanhados diretamente, com 32.596 imóveis visitados, 64% (20.945) foram tratados, 29% (9.304) estavam fechados, 7% (2.180) recusaram a aplicação e 1% (167) tiveram restrições. A SES/MG e Secretarias Municipais estão investindo na metodologia. O ano de 2024 sucedeu a pior epidemia de dengue e chikungunya da história, e a ampliação do uso da metodologia neste contexto, dificulta uma avaliação mais detalhada e eficiente. No entanto, a percepção da eficácia é evidenciada pela ausência do vetor após as aplicações e a demora na notificação de novos casos.  

Palavras Chave

A. aegypti; Controle Vetorial