Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E AUMENTO DE CASOS DE DENGUE NO ESTADO DE MATO GROSSO.

Introdução

A dengue é uma doença febril aguda de importância global, caracterizada por uma variedade de sintomas, que inclui além de febre, mialgia, cefaleia e exantema, que em determinados períodos do ano, eleva as internações em postos e hospitais, aumentando os gastos com a saúde pública. É transmitida pela picada de mosquitos do gênero Aedes, infectados pelo vírus da dengue (DENV). Seu vetor é altamente dependente da água e de uma temperatura idealmente mais elevada para reprodução, e por isso, essa doença está intrinsecamente relacionada a alterações climáticas e hidrológicas das localidades endêmicas.

Objetivo (s)

Este estudo tem por objetivo investigar e analisar dados sobre o aumento das médias de temperatura e alterações de hidrologia, relacionando-as com dados de dengue no estado do Mato Grosso, com ênfase no aumento da incidência e prevalência da doença na última década.

Material e Métodos

Os dados utilizados compreendem um intervalo de tempo entre janeiro de 2020 e abril de 2024 e foram obtidos do banco de dados DATASUS Tabnet, que incluem uma variedade de parâmetros específicos, como o número de casos, ano de registro, distribuição por sexo, faixa etária, escolaridade e municípios. Após checagem, os dados foram organizados em tabelas e os registros relacionados ao desmatamento do estado do Mato Grosso, no período de 2020 a 2024, obtidos pela plataforma do Sistema de Monitoramento Geoespacial da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso, abarcando todos os municípios da região.

Resultados e Conclusão

Até abril de 2024, foram registrados 24.106 casos de dengue (654,2 a cada 100 mil habitantes), comparados a 28.449 casos durante todo o ano de 2023 (777,3 a cada 100 mil habitantes). Isso representa aproximadamente 84% dos casos totais do ano anterior. Os municípios com mais casos foram: Tangará da Serra (3564), Primavera do Leste (1726) e Sinop (1001). Estes municípios apresentaram áreas desmatadas diretamente proporcionais aos casos, com Tangará da Serra liderando (5907 km²), seguido por Sinop (166,03 km²) e Primavera do Leste (102,18 km²). Observou-se um aumento considerável na incidência de casos nas áreas com expansão da fronteira agrícola. Assim, torna-se imprescindível que medidas governamentais mais rigorosas sejam implementadas tanto para conter o desmatamento e as queimadas, quanto para fortalecer as campanhas educativas em saúde e no combate a endemias direcionadas à população.  

Palavras Chave

Crise climática; Endemias; Aedes aegypti; Vetor; Doença Tropical

Área

Eixo 10 | 3.Outras viroses humanas e veterinárias - Viroses emergentes e reemergentes

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Paulo Vitor Silva Bezerra, Daniel Batista Borges, Adam Garcia Pereira, Saulo Fernando Ribeiro Nogueira, Thiago Duarte Marcelli, Lairton Salva, Bruno Tiago Pessoa, Leila Valderes Gattass, Fernanda Almeida Pires, Maria Andriely Silva Vilanova, Felipe Rafael Oliveira