Dados do Trabalho


Título

Malária em crianças da região amazônica brasileira, um panorama dos casos e óbitos.

Introdução

<p>A malária continua um sério problema de saúde pública, sendo responsável pelo adoecimento e morte de milhares de pessoas em países endêmicos. Estima-se que globalmente ocorram cerca de 250 milhões de casos e 600 mil óbitos ao ano, sobretudo em crianças Africanas com menos de 5 anos. No Brasil, as condições ambientais favoráveis à reprodução do vetor e as características socioeconômicas fazem da região amazônica o foco de casos no país, registrando 99,9% dos casos autóctones, em sua maioria causados pela espécie<em>&nbsp;P. vivax</em>. Apesar da relação entre a gravidade e as infecções pela espécie<em>&nbsp;P. falciparum</em>, estudos mostram que as infecções por&nbsp;<em>P. vivax</em>&nbsp;podem ser igualmente graves e letais, sendo&nbsp;crucial compreender este cenário no contexto&nbsp;brasileiro.</p>

Objetivo (s)

<p>Descrever o perfil epidemiológico da malária em crianças de até 11 anos&nbsp;na região amazônica brasileira.&nbsp;</p>

Material e Métodos

<p>Estudo descritivo dos casos autóctones de malária em crianças de até 11 anos entre os anos de 2013 a 2023 na região amazônica. Os dados foram obtidos a partir do Sivep-Malária, atualizados em 30/04/2024 (sujeitos a alterações). Os casos foram estratificados nas faixas etárias: &lt;1 ano; 1-4 anos; 5-8 anos e 9-11&nbsp;anos. Dados de óbitos foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade, atualizados no dia 03/05/2024 (sujeitos a alterações).&nbsp;</p>

Resultados e Conclusão

<p>A malária na população infantil apresenta grande importância epidemiológica no Brasil. Nos últimos 11 anos, quase 1/3 (445.362;&nbsp;26,3%) dos casos do país ocorreram em crianças de até 11 anos. Comparado com as demais faixas etárias, bebês com menos de 1&nbsp;ano de idade apresentaram a menor incidência de casos. Isso se deve possivelmente pela menor&nbsp;exposição aos vetores, a possibilidade de proteção através da amamentação, assintomatologia ou subnotificações pela&nbsp;inespecificidade dos sintomas. No entanto, bebês nessa faixa etária apresentaram uma maior taxa de letalidade, o que reforça as duas&nbsp;últimas hipóteses, uma vez que o tratamento oportuno e completo é o principal meio para evitar o agravamento do caso. Desde 2020, os casos em crianças indígenas têm superado os casos em crianças pardas, chegando a 26.590 (68,8%) em 2023.&nbsp;Cerca de&nbsp;99 (24,6%)&nbsp;dos óbitos ocorreram em crianças de até 11 anos, a maioria em crianças indígenas (79;&nbsp;79,8%), sendo mais da metade causados espécie <em>P. vivax </em>(51 óbitos; 51,5%). No contexto da eliminação, é importante&nbsp;buscar por ações específicas para crianças, em especial as indígenas, que possui uma&nbsp;considerável carga da doença no Brasil.</p>

Palavras Chave

malária; Plasmodium spp.; Crianças; Epidemiologia Descritiva.

Área

Eixo 06 | 3.Protozooses humanas e veterinárias - Malária

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Ana Carolina Laraia Ciarlini, Anderson Coutinho da Silva, Jessica de Oliveira Sousa, Gilberto Gilmar Moresco, Ronan Rocha Coelho