Dados do Trabalho
Título
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS E CLÍNICAS DE CASOS DE MAYARO E OROPOUCHE EM UM ESTADO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Introdução
As arboviroses são um grande problema de saúde pública no mundo e ainda assim a maioria permanece negligenciada, dentre essas, as febres Mayaro e Oropouche. No Brasil, os últimos surtos estavam restritos a região da Amazônia, no entanto, casos de Oropouche foram detectados no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Piauí e Bahia este ano. Devido o potencial de disseminação para outros locais é de extrema importância compreender a epidemiologia e clínica dessas arboviroses, contribuindo para a prevenção de novas ocorrências e preparação dos serviços de vigilância em saúde para responder a novos surtos ou epidemias.
Objetivo (s)
O objetivo desse estudo foi descrever as características epidemiológicas e clínicas dos casos de Mayaro e Oropouche ocorridos no Amazonas entre janeiro e abril de 2024.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo transversal, sendo a população do estudo composta por indivíduos notificados nos sistemas oficiais de vigilância do Amazonas e com diagnóstico confirmado laboratorialmente para Mayaro ou Oropouche no período entre 1º de janeiro e 30 de abril de 2024. Foram coletadas informações epidemiológicas, demográficas e clínicas, sendo calculados frequência absoluta e relativa, além de média e desvio padrão por meio do software estatístico Stata v.17.0. Este estudo faz parte de um projeto maior aprovado pelo CEP com o seguinte número de CAAE: 72678923.8.0000.5016.
Resultados e Conclusão
Entre janeiro e abril de 2024 foram confirmados 88 casos de Mayaro e 2.297 de Oropouche no Amazonas, sendo a maioria do sexo masculino (1246 – 51,7%), com idade média de 35 anos (DP: 17), da raça/cor parda (2162 – 89,8%), com ensino médio completo (679 – 30,3%). Apesar da zona de residência mais frequente ter sido a urbana para ambas as doenças, os casos de Mayaro apresentaram uma frequência bem maior em relação a zona rural (45 - 42,3%) quando comparado com os casos de Oropouche (401 – 17,4%), como também para entrada em local de mata, onde Mayaro apresentou a maior frequência (35 – 39,3%). Em relação aos sintomas, febre (2327 – 96,7%), cefaleia (2209 – 91,9%) e mialgia (1875 – 78%) foram os mais frequentes. Além disso, artralgia (46 - 50%), exantema (37 - 39,8%), edema articular (24 - 25,8%), diarreia (23 - 24,7%) e fotofobia (21 - 22,6%) foram mais frequentes nos casos de Mayaro. Tais resultados podem auxiliar na elaboração de políticas públicas de vigilância e manejo clínico dessas arboviroses no estado do Amazonas.
Palavras Chave
Arboviroses; Mayaro; Oropouche; epidemiologia.
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Maria Gabriela Almeida Rodrigues, Josielen Aparecida Amorim, Alexsandro Xavier Melo, Elder Augusto Guimarães Figueira, Felipe Gomes Naveca, Augusto Zany Reis, Tatyana Costa Amorim Ramos, Roberta Cristina Lima Danielli