Dados do Trabalho
Título
Epidemias de chikungunya no município de Fortaleza-CE: Um padrão sazonal e reiterado.
Introdução
Em 2016 e 2017, Fortaleza vivenciou as duas primeiras epidemias. Após quatro anos de baixa circulação, uma nova epidemia se deu em 2022.
Objetivo (s)
Caracterizar a tendência temporal das epidemias de chikungunya nos anos de 2016, 2017 e 2022, em Fortaleza- CE.
Material e Métodos
Estudo ecológico de tendência temporal. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), organizados no software Stata e analisados pelo Programa Joinpoint Regression. A incidência semanal foi a variável dependente e as semanas epidemiológicas (SE) a variável independente. Foi calculada a variação percentual semanal (VPS) de incremento ou redução na incidência e seus intervalos de confiança (IC95%).
Resultados e Conclusão
O ano de 2016 trouxe um aumento de incidência entre as SE 1 e 19 (VPS: 41,4%; IC95%: 37,9; 49,8), alcançando um platô nas SE 19 a 23 (VPS: 13,2%; IC95%: 5,3; 24,1), seguidas de duas quedas consecutivas e significativas, mas de intensidades diferentes: SE 23 a 38: VPS: -12,6% (IC95%: -16,0; -11,5) e SE 38 a 52: VPS: -8,0% (IC95%: 11,0; 1,5). O ano de 2017 inicia com uma tendência ascendente dividida em dois segmentos: o primeiro significativo entre as SE 1 a 14 (VPS: 47,6%; IC95%: 38,39; 107,19) e o segundo, não significativo entre as SE 14 a 17 (VPS: 13,7%; IC95%: -0,2; 54,8). Entre as SE 17 e 20 temos um platô com uma discreta redução dos casos (VPS: -3,7%; IC95%: -29,7; 7,0), alcançando uma tendência significativamente decrescente a partir da SE 20 (VPS: –26,8%; IC95% -34,6; -2,3), seguida de uma queda suave, mas continuada a partir da SE 26 até a SE 52 (VPS: -13,3%; IC95%: -34,5; -7,9). O ano de 2022 trouxe um padrão semelhante as duas primeira epidemias. Houve um aumento intenso e significativo em duas etapas. A primeira entre as SE 1 a 9 (VPS: 67,5%; IC95%: 39,0; 765,6) e segunda da SE 9 a 18 (VPS: 39,8%; IC95%: 5,1; 48,6). Apesar de não significativo, as SE 18 a 22 trouxeram um VPS de 6,8%; (IC95%: -16,1; 40,5,) que levou ao pico epidêmico. Nas três semanas seguintes houve queda não significante (VPS: -12,3%; IC95%: -25,5; 3,93), que se consolidou a partir da SE 25 (VPS=-19,7%; IC95%: -52,7; -13,6) até a SE 52. As três epidemias apresentaram caráter sazonal com elevação da incidência nas primeiras SE e picos de casos elevados correspondentes aos meses entre abril e junho, período concomitante com o período chuvoso. Fortaleza dispõe de elementos climáticos favoráveis ao desenvolvimento do Aedes aegypti, configurando um espaço propício à manutenção do ciclo de transmissão da chikungunya.
Palavras Chave
Chikungunya; Epidemiologia; Epidemias; análise temporal.
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Kamilla Carneiro Alves Marques, Anna Karolinne Morais Araujo, Ana Beatriz Souza Martins, Ana Maria Peixoto Cabral Maia, Rebeca de Souza Oliveira, Luciano Pamplona de Goes Cavalcanti, Carlos Henrique Alencar