Dados do Trabalho
Título
Perfil epidemiológico e análise espaço-temporal de HIV-AIDS no estado do Ceará, 2014 a 2023.
Introdução
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), incluindo o HIV e AIDS, são prevalentes globalmente, representando um desafio à saúde pública. No Ceará, entre 2014 e 2023, foram registrados, em média anual, 1.800 mil casos de HIV e 1.000 mil casos de AIDS, com taxas de detecção médias de 20,3 e 11,5 por 100 mil habitantes, respectivamente. A mortalidade associada à AIDS teve uma média anual de 3,8 por 100 mil habitantes, totalizando cerca de 343 óbitos por ano.
Objetivo (s)
Descrever o perfil epidemiológico e a distribuição espacial dos casos de HIV-AIDS no Ceará durante o período de 2014 a 2023.
Material e Métodos
Estudo descritivo dos casos e óbitos de HIV-AIDS no Ceará no período 2014 a 2023, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Para organização e tabulação dos dados foi utilizado o software excel e para a análise espacial o QGIS 3.14.
Resultados e Conclusão
Em média, 56% dos pacientes com HIV evoluíram para AIDS. A detecção do HIV aumentou ao longo do período analisado, atingindo o pico em 2022 com 2.254 casos e uma taxa de detecção de 24,3 (por 100 mil hab.), exceto em 2020, quando houve uma queda para 1.735 registros e uma taxa de detecção de 18,9 (por 100 mil hab.). Por outro lado, a detecção de AIDS mostrou uma tendência de redução, alcançando o máximo em 2014, com 1.211 casos e uma taxa de detecção de 13,7 (por 100 mil hab.), e o mínimo em 2021, com 883 casos e uma taxa de detecção de 9,6 (por 100 mil hab.). O sexo predominante para HIV-AIDS é o masculino, representando 76,3% dos casos, na faixa etária de 30 a 34 anos (21,7%), enquanto para AIDS, a faixa é de 35 a 39 anos (17,3%). Para as mulheres, a faixa predominante de HIV é de 35 a 39 anos (15,6%) e para AIDS é de 40 a 44 anos (17,2%). A faixa etária mais afetada pelos óbitos por AIDS é de 35 a 39 anos para ambos os sexos, sendo 73,0% do sexo masculino. O perfil epidemiológico analisado mostra um aumento nos casos de HIV, contrastando com uma redução nos casos de AIDS. A faixa etária mais afetada pelo HIV-AIDS foi de 25 a 40 anos, sugerindo uma possível associação com comportamentos de risco para esse grupo. A redução dos casos em 2020 pode estar associada a subnotificação decorrente da epidemia de covid-19. A análise espacial revela que a maioria dos casos de HIV-AIDS está concentrada em Fortaleza, representando 54,8% dos casos, com variações homogêneas na região metropolitana e em outros municípios.
Palavras Chave
HIV-AIDS; Perfil epidemiológico; análise espacial
Área
Eixo 02 | 3.Tecnologia e Inovação em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Rebeca Souza Oliveira, Kamilla Carneiro Alves Marques , Maria Vilani Matos, Jose Antonio Pereira Barreto, Higor Silva Monteiro, Ana Maria Peixoto Cabral Maia, Osmar Jose Nascimento, Antonio Lima Silva Neto