Dados do Trabalho


Título

Leishmaniose Visceral Humana em Maceió, Alagoas: perfil epidemiológico e desfechos clínicos (2012-2020).

Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose negligenciada resultante da infecção por Leishmania infantum chagasi, transmitido, principalmente, durante a hematofagia de flebotomíneo fêmea do gênero Lutzomyia. Trata-se de uma parasitose em expansão, constituindo um grave problema global, regional e local de Saúde Única. No Estado Alagoas, a LV tem apresentado uma incidência crescente, especialmente em áreas urbanas e periurbanas, sendo justificado pelo baixo IDH, urbanização desordenada, saneamento inadequado e a presença de reservatórios/vetores. Em Maceió, capital do estado, nos últimos anos vem sendo verificado um aumento significativo das áreas geográfica, ampliando o risco de infecção em humanos. 

Objetivo (s)

Objetivou-se caracterizar o perfil epidemiológico e identificar os desfechos clínicos dos casos de Leishmaniose Visceral Humana (LVH) em Maceió, Alagoas, entre os anos de 2012 e 2020. 

Material e Métodos

Foi realizado um estudo de caráter descritivo, com dados oriundos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 8 anos (2012 a 2020), dos casos notificados de humanos de LV do município de Maceió. 

Resultados e Conclusão

No período estudado, foram notificados 23 casos de Leishmaniose Visceral Humana (LVH), majoritariamente em homens (82,6%; 19/23), pardos (78,9%; 15/19), e na faixa etária de 31 a 45 anos (56,52%; 16/23), o que é consistente com a literatura sobre LVH. Destaca-se um caso (4,34%; 1/23) em uma criança de 10 anos. Dos pacientes, 39,13% (9/23) eram positivos para HIV, 8,69% (2/23) não possuíam essa informação e 52,18% (12/23) não tinham histórico de coinfecção, destacando a importância de integrar os serviços de saúde para manejo conjunto dessas condições. Quanto ao exame parasitológico, 69,56% (16/23) apresentaram resultado positivo e 17,39% (4/23) negativo, o que indica boa acurácia, contudo, 13,04% (3/23) não realizaram o exame, apontando para a necessidade de melhorias na cobertura diagnóstica. Os bairros com mais casos foram Cidade Universitária (17,4%; 4/23), Benedito Bentes, Vergel e Ouro Preto, com 8,7% (2/23) cada. Esses bairros são populosos, com deficiências estruturais e sanitárias. O desfecho clínico mostra uma taxa de cura razoável (65,21%; 15/21), mas a mortalidade ainda é significativa (26,08%; 6/23), especialmente entre aqueles com coinfecções ou outras condições agravantes. A distribuição dos casos nos bairros mais vulneráveis socioeconomicamente aponta para a necessidade de intervenções integradas de saúde e melhorias nas condições de vida.   

Palavras Chave

Palavras-chave: Zoonose; Sistemas de Informação em Saúde; Parasitologia.

Área

Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

PAULA CAROLINE VITAL ELIAS, VITÓRIA ALINE SANTOS SARMENTO, MICAELE ALVES SILVA, REBECA EMANUELA SILVA, CARMEM LÚCIA QUEIROZ SAMICO, CHARLES NUNES SILVA, ANA LÚCIA MACENA MOREIRA, CARLOS FERNANDO ROCHA SANTOS, MÜLLER RIBEIRO ANDRADE