Dados do Trabalho


Título

Avaliação do Programa de Controle da Esquistossomose em Maceió (2019 – 2021)

Introdução

A esquistossomose é uma doença parasitária causada por trematódeos do gênero Schistosoma, e faz parte das doenças tropicais negligenciadas (DTNs). Sua transmissão está relacionada às precárias condições de saneamento básico, uma vez que o ciclo de vida do parasita inclui o desenvolvimento em caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria. No Brasil, é uma endemia significativa para a saúde pública, com aproximadamente 43 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco e 7 milhões infectadas. As regiões Nordeste e Sudeste apresentam as maiores prevalências, especialmente nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Minas Gerais. 

Objetivo (s)

Este estudo teve como objetivo descrever os dados do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE) no município de Maceió, estado de Alagoas.  

Material e Métodos

Foi conduzido um estudo descritivo, utilizando dados da Secretaria Municipal de Saúde, coletados pela equipe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) no período de 2019 a 2021.  

Resultados e Conclusão

A frequência de casos positivos nos bairros analisados foi de 3,9% (332/8398) em 2019, com uma redução para 2,0% (81/4026) em 2020, seguida por um aumento para 3,39% (154/4530) em 2021. Observou-se uma baixa aceitação para a realização dos exames entre a população, que totalizou 15.841 pessoas em 2019, 8349 em 2020 e 9409 em 2021. Os bairros Clima Bom, Rio Novo e Fernão Velho destacaram-se em 2019 com 46,7% (155/332), 25% (83/332) e 17,46% (58/332) exames positivos, respectivamente. Em 2020, Clima Bom registrou 37,03% (30/81) e Benedito Bentes, 20,98% (17/81). Em 2021, Santos Dumont apresentou 45,51% (71/156), Trapiche 11,53% (18/156), Cidade Universitária 10,89% (17/156), Ouro Preto 10,25% (16/156) e Benedito Bentes 9,6% (15/156) positivos. Esses bairros possuem baixo a médio Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). A esquistossomose está associada a saneamento básico inadequado, falta de educação em saúde e disseminação dos hospedeiros intermediários, fatores que explicam sua endemia no município. Em 2020, o PCE continuou suas atividades apesar da pandemia de Covid-19, sendo que a redução na frequência de casos pode ser atribuída ao acompanhamento de populações em áreas de menor risco de infecção. A baixa adesão aos exames tem sido um limitador para o controle populacional de pacientes positivos, perpetuando o ciclo de infecção. Portanto, o diagnóstico eficaz e o tratamento subsequente são essenciais para interromper o ciclo da doença e reduzir sua prevalência endêmica no município. 

Palavras Chave

Esquistossomose; Vigilância Epidemiológica; epidemiologia.

Área

Eixo 07 | 3.Helmintíases humanas e veterinárias - Esquistossomose

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Vitória Aline Santos Sarmento, Carmem Lúcia Queiroz Samico, Daniglayse Santos Vieira, Eduarda Viana Mafra, Camila Lima Vicente da Silva, Cláudia Cavalcante de Matos Rodarte , Müller Vitória Aline Santos Ribeiro-Andrade