Dados do Trabalho


Título

Análise comparativa de indicadores ecocardiográficos de função sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo e dimensões intracavitárias em pacientes portadores de doença de Chagas tratados e não tratados com medicação parasiticida, benznidaz

Introdução

Parâmetros ecocardiográficos podem indicar diferença na gravidade da cardiopatia chagásica crônica em portadores de doença de Chagas que receberam tratamento específico com benznidazol e aqueles que não receberam.

Objetivo (s)

Avaliar comparativamente parâmetros ecocardiográficos obtidos ao Modo M e ao Bidimensional em portadores de doença de Chagas tratados e não tratados com benznidazol residentes em zona rural endêmica. 

Material e Métodos

Análise retrospectiva de grupo amostral composto por 155 indivíduos residentes em zona rural do estado de Minas Gerais com o diagnóstico de infecção pelo T. cruzi por pelo menos dois testes sorológicos positivos, sendo 85 pertencentes ao grupo não tratado (GNT: 54,8%) e 70 ao grupo tratado (GT: 45,2%). Realizada avaliação clínica e ecodopplercardiográfica, sendo selecionadas para análise comparativa entre os grupos o volume do átrio esquerdo indexado para superfície corporal (VAEi), diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo indexado para superfície corporal (DDVEi) e fração de ejeção (FEVE) pelos métodos de Simpson e de Teicholz. Utilizados o teste de Qi quadrado, teste de Mann Whitney e correlação de Spearman.

Resultados e Conclusão

Os grupos foram comparáveis em relação ao sexo p= 0,321) e à faixa etária (p = 0,342), com mediana de idade de 46 anos no GNT e de 47 anos no GT. Dilatação do ventrículo esquerdo, avaliada pelo DDVEi foi maior nos pacientes do GNT (p=0,018) com aumento leve em 21,7%, moderado em 19,3%, grave em 22,9% em comparação com 28,6%, 12, 7% e 4% no GT. O VAEi não mostrou diferença entre os grupos (p=0,263 para mulheres e p= 0,357 homens), mas houve predomínio de aumento grave no GNT (29,35% dos pacientes) em comparação com o GT (18% dos pacientes). Tanto a FEVE calculada pelo método de Simpson (p=0,000) quanto pelo método de Teicholz (p= 0,047) foram significativamente menores no GNT. Nos dois grupos, aumento do volume do átrio esquerdo (VAEi) correlacionou-se significativamente com FEVE reduzida (Simpson, p=0,000, p= 0,036); Teicholz, p=0,006, p=0,000) e com aumento do DDVEi (GT: p=0,000 GNT: p= 0,047). A redução da fração de ejeção e aumento do diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo foram prevalentes no grupo de pacientes portadores de doença de Chagas não tratados, sugerindo que o tratamento parasiticida pode ter contribuído para diminuição da gravidade da miocardiopatia chagásica crônica em pacientes tratados quanto à função sistólica e dilatação ventricular. Agências financiadoras: Processo 411413-2016-9 (CNPq), APQ-00940-2018 (FAPEMIG), CAPES

Palavras Chave

Doença de Chagas; Tratamento benznidazol; Ecocardiograma

Área

Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Renato Afonso Salgado, Júlio César Santoro de Oliveira Assis, Girley Francisco Machado de Assis, Lourena Tomazelli Suave, Pedro Albajar Vinas, Marta Marta de Lana, Rosália Morais Torres