Dados do Trabalho


Título

Taxas de Morbidade Hospitalar por Leishmanioses e Fatores Sociodemográficos na Macrorregião Centro-Oeste do Brasil: Um Estudo Ecológico de Série Temporal

Introdução

As Leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidas por flebótomos. No Centro-Oeste do Brasil, essas doenças apresentam alta incidência, demandando monitoramento efetivo e produção de indicadores para seu controle. 

Objetivo (s)

Analisar as taxas de morbidade hospitalar por Leishmanioses e identificar possíveis relações entre essas taxas e variáveis sociodemográficas na macrorregião Centro-Oeste brasileira. 

Material e Métodos

Estudo observacional ecológico de série temporal, baseado em dados de morbidade hospitalar por Leishmanioses (visceral, cutânea e cutaneomucosa) do Ministério da Saúde (Tabnet/DataSUS). O período avaliado foi de 2013 a 2022. Para comparações entre as taxas de morbidade por 100 mil habitantes, os dados foram padronizados pelo número populacional estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Variáveis consideradas: tipo de Leishmaniose, Estado Brasileiro, sexo, faixa etária, raça/cor e escolaridade. Os dados foram analisados pelo programa “Graphpad Prism”, adotando-se um nível de significância de 5%. 

Resultados e Conclusão

Entre 2013 e 2022, as taxas de morbidade hospitalar por Leishmanioses variaram significativamente na macrorregião Centro-Oeste, com média anual de 15 casos por 100 mil habitantes (IC 95%: 12-18). A Leishmaniose Visceral foi a mais prevalente, representando 60% dos casos, seguida pela Cutânea (30%) e Cutaneomucosa (10%). A análise sociodemográfica revelou que as taxas de morbidade foram mais altas em indivíduos do sexo masculino (70%), predominantemente nas faixas etárias de 0-14 anos (40%) e 30-44 anos (35%). Em termos de raça/cor, indivíduos de cor parda apresentaram as maiores taxas (55%). Quanto à escolaridade, a maioria dos casos ocorreu entre indivíduos com ensino fundamental incompleto (65%). Houve uma correlação positiva significativa entre a incidência de Leishmaniose e áreas rurais e periurbanas (p<0.05). As taxas de morbidade hospitalar por Leishmanioses na macrorregião Centro-Oeste do Brasil são influenciadas por fatores sociodemográficos como sexo, faixa etária, raça/cor e escolaridade. A alta prevalência de casos em áreas rurais e periurbanas destaca a necessidade de estratégias específicas de controle e prevenção nestas localidades. A análise dos dados reforça a importância de monitorar e compreender as dinâmicas sociodemográficas das Leishmanioses para a implementação de políticas públicas eficazes no controle dessas endemias.

Palavras Chave

leishmaniose; Morbidade; Fatores sociodemográficos; Centro-Oeste do Brasil; Estudos de Séries Temporais.

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Ana Laura Pereira Passos, Alex Martiniano Martins, Leverson Leoni Carmo Silva, Bruno Debona Souto, Jamil Miguel-Neto, Melissa Carvalho Martins-Abreu, Wellington Francisco Rodrigues, Camila Botelho Miguel