Dados do Trabalho

Título

Avaliação de Prevalência de hepatite C em Idosos no Interior do Rio Grande do Sul: rumo à microeliminação

Introdução

A hepatite C é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, já que em grande parte dos casos a doença desenvolve-se de forma silenciosa, aumentando assim, o risco de cronicidade. A proposta da Organização Mundial da Saúde é reduzir em 90% as novas infecções pelos vírus hepatotrópicos e em 65% a mortalidade associada a essas infecções até 2030. O diagnóstico precoce é fundamental para sucesso do tratamento, aumento da chance de cura e controle da transmissão da doença especialmente em grupos vulneráveis à infecção pelo vírus. Idosos, sobretudo aqueles em instituições de longa permanência (ILPI), são considerados população prioritária para ações de cuidado e atenção em relação às hepatites virais. 

Objetivo (s)

estimar a prevalência de hepatite C em residentes de instituições de longa permanência para idosos (ILPI) do interior do estado do Rio Grande do Sul, bem como identificar as características sociodemográficas desta população.

Material e Métodos

foi realizado um estudo transversal e prospectivo incluindo idosos residentes em ILPIs de dois municípios da região central do estado do Rio Grande do Sul no período de 2023 a 2024. Todos os idosos foram convidados a participar do estudo, aqueles que aceitaram participar foram entrevistados para coleta de dados sociodemográficos e submetidos ao teste rápido  de triagem anti-HCV fornecido pela Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética sob CAAE nº 73884523.0.0000.5343. 

Resultados e Conclusão

No total foram testados 521 idosos, representando 84,3% do total de idosos em ILPIs de Santa Cruz do Sul e Vera Cruz. Foram identificados 2 testes reagentes, o que reflete uma prevalência de 0,38%. Os dois casos foram encaminhados para coleta do teste de carga viral no serviço especializado da cidade, e tiveram resultado não detectável para o vírus da hepatite C. Ambos os casos foram identificados em homens cis brancos com idade entre 60 e 70 anos. O histórico de hepatite C destes dois idosos não eram de conhecimento das ILPIs. Os resultados encontrados demonstraram uma prevalência menor que a encontrada na população geral (0,7%) em um grupo de alto risco para hepatite C. A triagem nesse grupo populacional é um reforço nas estratégias vinculadas à microeliminação da hepatite C preconizada pela OMS.  

Palavras Chave

Hepatite C; prevalência; Saúde do idoso institucionalizado