Dados do Trabalho
Título
O efeito protetor da Quercetina nas alterações histopatológicas no encéfalo no quadro de malária cerebral murina.
Introdução
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, com taxas elevadas de mortalidade. Se ocasionada pelo Plasmodium falciparum pode levar a uma doença de caráter multissistêmico, sendo a malária cerebral a principal complicação decorrente dessa infecção, podendo levar a danos no parênquima cerebral. Modelos murinos são utilizados devido semelhanças com a malária cerebral humana, em busca de compostos neuroprotetores, a fim de se estudar sua patogênese e tratamentos. Desse modo, propomos a utilização da Quercetina como possível agente protetor, visto seu relatado potencial anti-inflamatório e antioxidante.
Objetivo (s)
Caracterizar as alterações histológicas cerebrais nos animais, e o tratamento com a Quercetina, no quadro de malária cerebral experimental (MCE) induzida por infecção por Plasmodium berghei ANKA (PbA) em modelo murino.
Material e Métodos
Camundongos albinos suíços foram inoculados intraperitonealmente com aproximadamente 10⁶ de eritrócitos parasitados com PbA a fim de induzir o quadro de malária cerebral. Os grupos foram: controle, Quercetina 20 mg/kg, PbA e PbA+Quercetina 20 mg/kg, sendo a Quercetina administrada 4 dias antes e 4 dias depois da inoculação com PbA. Para avaliar o quadro de MCE, os animais foram acompanhados quanto a sua sobrevida, porcentagem de parasitemia e protocolo RMCBS. Para avaliar as alterações histopatológicas no encéfalo dos animais infectados e a proteção promovida pela Quercetina, os encéfalos foram dissecados, fixados e embebidos em parafina. Cortes coronais em 10 μm foram realizados em micrótomo e corados com hematoxilina-eosina (HE), examinados sob um microscópio óptico e fotografado com lentes objetivas de 10x, 20x, 40x e 100x.
Resultados e Conclusão
Os animais desenvolveram uma infecção aguda e letal, sendo a taxa de sobrevivência dos grupos tratados maior quando comparada ao grupo PbA (Teste estatístico: Log-Rank Test, Mantel-Cox, p<0,0001), sem levar a uma diferença na parasitemia entre os grupos. O protocolo RMCBS mostrou a redução do desenvolvimento de sinais neurológicos associados a MCE. A análise histológica mostra um desarranjo no parênquima celular, indicando alterações focais, como infiltrados de células inflamatórias, dilatação vascular e capilares ocluídos. Em contraste, todas alterações patológicas foram melhoradas em camundongos tratados com a Quercetina. Portanto, o tratamento com a Quercetina aumentou a sobrevida dos animais infectados e atenuou as alterações neurocomportamentais, além de promover proteção nas alterações histopatológicas no encéfalo
Palavras Chave
Quercetina; Plasmodium berghei (ANKA); Malária Cerebral
Área
Eixo 06 | 3.Protozooses humanas e veterinárias - Malária
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Kelion de Almeida Costa, Laiane de Sousa, Nívia de Souza Franco Mendes, Brenda Jaqueline Azevedo Ataíde, Adelaide da Conceição Fonseca Passos, Suellen Alessandra Soares de Moraes, Luana Ketlen Reis Leão, Evander de Jesus Oliveira Batista, Anderson Manoel Herculano, Karen Renata Herculano Matos Oliveira