Dados do Trabalho
Título
Soroepidemiologia de Doença de Chagas após surto recente em população vulnerável do Marajó- Melgaço, Pará.
Introdução
Introdução e justificativa: O entendimento da dinâmica de transmissão de Trypanosomas envolvendo vetores não domiciliados têm sido alvo de estudos pioneiros no Pará onde ocorre transmissão ativa de Doença de Chagas Aguda (DCA). Um alerta do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância e Saúde (CIEVS) do Instituto Evandro Chagas (IEC) informou sobre um surto familiar de DCA em Melgaço no Marajó, Pará, em setembro/23 sendo o diagnóstico do caso índice feito pela equipe do Hospital Municipal de Melgaço (HMM). Por não haver medicação específica local, dois pacientes foram encaminhados para a referência ambulatorial do IEC na Seção de Epidemiologia em Ananindeua, onde reportaram mais doentes locais e presença de insetos vetores. Foi então desencadeada a investigação ora descrita
Objetivo (s)
Identificar infecções assintomáticas relacionadas a um surto de doença de Chagas Aguda e configurar a presença de insetos vetores em demanda passiva.
Material e Métodos
Foi realizado inquérito soroepidemiológico em residentes próximos dos afetados em visitas domiciliares nas localidades ribeirinhas Quara e Tajapuruzinho, além de atendimentos voluntários no HMM. Foram submetidos à entrevista e coletados 5ml de sangue periférico para pesquisa de anticorpos anti- T. cruzi por reação de Imunofluorescência indireta e Hemaglutinação indireta. Todos os participantes foram incluídos sob assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido conforme CAAE: 20586113.8.0000.0019. Foi realizada palestra na escola municipal sobre prevenção e reconhecimento de insetos transmissores com grande adesão dos alunos e docentes.
Resultados e Conclusão
Foram incluídos 133 residentes, sendo 90,9% deles assintomáticos. Registrou-se reatividade sorológica em 5,2% (7/133) e dentre eles 28% (2/7) foram confirmados e notificados para tratamento, sendo 1 sintomático febril e 1 assintomático. Não foram identificados insetos in loco ou em demanda passiva, exceto por informação verbal de 3,7% sobre a presença do vetor na região do surto (ribeirinha). No surto de provável transmissão oral ocorrido antes do estudo, foram afetados seis (6) familiares, os quais foram receberam assistência complementar diagnóstica e terapêutica antes e após estudo. Conclusões: Em casuística mínima foram identificados indivíduos assintomáticos relacionados temporal e espacialmente a um surto familiar recente de transmissão oral. Estratégias de acesso ao diagnóstico/tratamento precoces de assintomáticos precisam ser adaptadas para regiões ribeirinhas longínquas.
Palavras Chave
Estudos soroepidemiológicos; Doença de Chagas; Populações Vulneráveis
Área
Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Ana Yecê Neves PINTO, Alan Diego Moura FARIAS, Sonia Maria Barbosa MACIEL, Ana Lidia Coutinho SANTOS, Edcleiton DE MARINS SANTOS, Djonatam Mendonça STALOCH, Francisco Lúzio de Paula RAMOS