Dados do Trabalho
Título
Epidemiologia da Febre Tifoide na Região Norte do Brasil: Uma análise retrospectiva de 1999 a 2018
Introdução
A febre tifoide é uma doença de notificação compulsória, causada pela Salmonella Typhi, manifestada por quadro de febre prolongada acompanhada de distúrbios gastrointestinais, que podem evoluir com complicações podendo levar ao óbito.
Objetivo (s)
O objetivo do trabalho foi descrever o perfil epidemiológico da febre tifoide a partir de casos clínicos atendidos no Instituto Evandro Chagas (IEC) no período de 1999 a 2018 no Estado do Pará
Material e Métodos
O projeto foi submetido a plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do IEC/SVSA/MS. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, quantitativo e analítico, com a utilização de dados obtidos através das fichas clínico-epidemiológicas de pacientes atendidos por demanda espontânea e surtos no IEC. As informações obtidas foram inseridas em um banco de dados e posteriormente, realizada análise estatística no programa SPSS v.26.
Resultados e Conclusão
Foram descritas no estudo as variáveis clínicas e epidemiológicas de 683 casos, sendo a maioria dos indivíduos do sexo masculino 65,3% (446/683), apresentando ensino fundamental 43,6% (298/683), estudantes 38,5% (263/683) e a faixa etária de maior prevalência de 20 a 59 anos 58,1% (397/683). Dos 43 municípios, Belém foi o que mais concentrou casos com 37,2% (254/683) seguido de Ananindeua com 17,9% (122/683). Sobre as variáveis de exposição, os mais afetados foram os residentes da zona urbana 81,4% (556/683) com edificações de alvenaria 22,1% (151/683), fossa biológica 28,3% (193/683), terreno seco 21,2% (145/683), coleta de lixo 35,1% (240/683) e abastecimento de sistema público de água 23,9% (163/683). Quanto a provável fonte de infecção identificou-se o consumo de açaí com um total de 20,9% (143/683) dos casos. Quanto ao método diagnóstico a hemocultura e a coprocultura foram os mais utilizados com um total de 50,8% (347/683) e 37,6% (257/683), respectivamente. A PCR foi realizada em 16,5% (113/683) dos pacientes desde sua implementação como método diagnóstico a partir de 2013 no IEC. O maior número de casos da doença, ocorreram nos anos de 1999, 2001, 2004, 2014 e 2015 devido à ocorrência de surtos, sendo que os meses de junho a novembro 59,3% (405/683) registraram maior prevalência com variabilidade sazonal devido as chuvas. Assim, medidas importantes para o controle consiste, além do diagnóstico adequado e a investigação das fontes de infecção, o estabelecimento de programas educativos dirigidos à comunidade e, em particular, aos manipuladores de alimentos sobre os riscos e fontes de contágio.
Palavras Chave
Epidemiologia; Febre Tifoide; manipuladores de alimentos; Região Norte
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Danielle Vieira Pina de Carvalho, Anderson Nonato do Rosario Marinho, Manuella Gonçalves Farinha, Daniela Cristiane da Cruz Rocha