Dados do Trabalho

Título

A OCORRÊNCIA DE MALÁRIA EM EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS NA AMAZÔNIA LEGAL

Introdução

A transmissão da malária resulta de um processo que envolve fatores biológicos, ecológicos, socioeconômicos, climáticos e comportamentais. Esse processo exibe uma variação temporal com períodos de altas e baixas taxas de incidência, sendo a hidrografia e o clima fatores cruciais na propagação da doença, além da sazonalidade climática ser uma característica marcante da Região Amazônica.

Objetivo (s)

Comparar e relacionar o Indice Parasitário Anual (IPA) de malária nos estados da Amazônia Legal com os Eventos Climáticos extremos El Nino e La Niña na última década (2014 a 2023).

Material e Métodos

Estudo quantitativo de caráter descritivo, a partir de dados secundários, do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica - Malária (SIVEP-Malária). O estudo foi realizado a partir do cálculo do Índice Parasitário Anual (IPA) de cada um dos estados da Amazônia Legal, sendo estes: Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso, e posteriormente calculado as médias de IPA geral da região de cada ano, após os dados foram relacionados aos eventos climáticos extremos El Nino e La Nina com base nos dados obtidos através do NOAA - National Oceanic Atmospheric Administration.

Resultados e Conclusão

A partir da análise e relação dos dados de malária e a classificação dos eventos climáticos por ano e média geral do IPA da região, pode – se observar o comportamento da endemia. Nesse sentido, destaca – se os anos de 2017 e 2018 com as maiores médias de IPA geral dos estados da Amazônia Legal de 13,29 e 13,10 respectivamente, no qual La Niña, foi o evento climático predominante nesses dois anos, caracterizado pelo aumento de chuvas e queda na temperatura, o qual o mosquito transmissor possui afinidade, ocasionando o aumento da incidência. A década foi marcada por eventos de La Niña, o qual propiciou a proliferação do vetor. Os anos com menor IPA foram 2022 e 2023, com valores de 8,26 e 9,53, com eventos de La Niña moderado e El Nino forte, respectivamente. O valor elevado na média do IPA de 2023, marcado por El Nino que foi antecedido por La Niña em 2022, se deve a máxima da região, de 51,08,  que representa também a máxima da década, que confere ao estado de Roraima, o qual estudos desvelam a influência direta da ação humana na exploração de recursos naturais, além de anos seguidos marcados pela presença de La Niña. 

Palavras Chave

malária; Ecossistema Amazônico; Doenças endêmicas