Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE FEBRE MACULOSA NAS REGIÕES SUL E SUDESTE DE 2013 A 2023, NO BRASIL

Introdução

As febres maculosas (FMs) são uma zoonose transmitida por carrapatos e causadas por bactérias do gênero Rickettsia. Atualmente, no Brasil são descritas duas espécies patogênicas: Rickettsia rickettsii causadora da febre maculosa brasileira (FMB), associada à maior morbi-letalidade e reportada na região Sudeste e Norte do Paraná, e a Rickettsia parkeri (FMRP) que causa manifestações clínicas mais brandas nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

Objetivo (s)

Assim, este estudo tem por objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico da FM.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo da série de casos confirmados de FM entre 2013 e 2023 nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Os dados analisados foram obtidos a partir das notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Resultados e Conclusão

No período, foram confirmados 2.359 casos para FM no país, dentre os quais 763 foram a óbitos, com taxa média de letalidade de 34% (variando de 34% em 2013 e 19% em 2023). Na região Sudeste se observa o maior número de casos confirmados do país (62,4%) e taxa média de letalidade de 46,7%. Enquanto na região Sul, embora seja a segunda região com maior registro de casos de FM (21%), apresenta letalidade média de 0,8%, com os óbitos Norte do Paraná, em área de fronteira com o estado de São Paulo, em que há a ocorrência da FMB. Entre as principais diferenças clínicas, destacam-se: linfadenopatia predominante (25,4%) na região Sul, enquanto os sinais de gravidade são mais frequentes na região Sudeste: alterações respiratórias (36%), icterícia (21,4%) e hemorragia (16,5%). Quanto à exposição de risco, o contato com carrapato em ambas regiões foi o mais reportado (95,3% na região Sul, 71% na região Sudeste). O contato com cães e gatos foi maior na região Sul (50,7%), enquanto na região Sudeste o contato com capivaras (22,4%) e equinos (17,1%) foram os mais frequentes. Ainda hoje, um dos principais desafios do sistema de vigilância das FMs é que as informações disponíveis no SINAN nem sempre permitem diferenciar as duas riquetsioses, prejudicando a avaliação dos indicadores epidemiológicos, incluindo incidência e letalidade, associadas à FMB e FMRP. Nesse contexto, é fundamental a caracterização dos cenários da FM em diferentes localidades, de modo a sensibilizar e capacitar profissionais da saúde para reconhecer e diferenciar clinicamente e epidemiologicamente as distintas FMs contribuindo para a assistência qualificada, precoce e oportuna de casos suspeitos de riquetsioses no país.  

Palavras Chave

Epidemiologia; febre maculosa; Rickettsia rickettsii; Rickettsia parkeri.

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

ANA CAROLINA MOTA DE FARIA, CAROLINA MOTA DOMINGUES, RODRIGO NOGUEIRA ANGERAMI, ALVÁRO ADOLFO FACCINI-MARTÍNEZ, GILBERTO SALLES GAZÊTA, MARÍLIA LAVOCAT NUNES, LIDSY XIMENES FONSECA, FRANCISCO EDILSON FERREIRA DE LIMA JUNIOR