Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO USO DE COLEIRAS IMPREGNADAS COM DELTAMETRINA EM CÃES PARA CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL DO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS - MG.

Introdução

O município de Montes Claros é endêmico para leishmaniose visceral (LV). No período 2019 a 2022 foram confirmados 58 casos humanos de LV, incidência acumulada de 13,8/100.000 habitantes, quase 14 vezes maior que a média nacional. Segundo a estratificação de risco adotada pelo Ministério da Saúde (MS) foi classificado como de transmissão intensa para leishmaniose visceral (LV) no triênio 2019 a 2021 com índice composto de 3,66. O município preencheu os critérios do MS para adotar a incorporação de coleiras impregnadas com deltametrina em cães para controle da leishmaniose visceral.

Objetivo (s)

Descrever a avaliação epidemiológica do uso de coleiras impregnadas com deltametrina em cães para controle da LV do município de Montes Claros - MG.

Material e Métodos

Para identificação dos setores a serem trabalhadas a área urbana do município foi subdividida em 21 setores e os casos humanos de LV foram georreferenciados. Utilizando a média do número de casos humanos e coeficiente de incidência dos últimos quatros anos os setores foram classificados quanto ao risco de transmissão, sendo quatro de alto risco, seis de médio risco, oito de baixo risco e três silenciosos, sem registro de casos. Após esta classificação foram definidos os dois setores de maior risco para o trabalho, Leste 2 e Sudeste 1. O setor Leste 2, compreende 10 bairros, população humana estimada em 23.616; população canina estimada em 5.446; enquanto o setor Sudeste 1 contempla 10 bairros, compreendendo população humana de 27.390; população canina estimada em 6.009. Para fins de programação o município estimou no plano de ação o encoleiramento de 11.455 cães a cada seis meses e avaliação sorológica total dos cães nos ciclos ímpares e amostral nos ciclos pares. Atividades educativas foram desenvolvidas em parceria com estrategia de saúde da familia.

Resultados e Conclusão

Foram encoleirados no 1º, 2º, 3º e 4º ciclos, 10.348, 10.666, 11.045 e 11.014 cães respectivamente. O início e o encerramento dos ciclos ocorreram dentro período estabelecido de 180 dias para troca das coleiras. A prevalência de LV canina reduziu de 6,2 para 1,6%; entre o primeiro e o quarto ciclo do encoleiramento. Conforme apresentado, a estratégia corroborou com os achados científicos, reduzindo a força de infecção, e consequentemente os casos humanos e caninos da doença. Para tanto se faz necessário a manutenção da estratégia e a expansão para outras áreas consideradas de risco para transmissão da LV.

Palavras Chave

Controle; Coleira. Deltametrina 4%. Leishmaniose visceral. Atividade educativa.