Dados do Trabalho


Título

Análise do Perfil Epidemiológico e Clínico da Hanseníase no Brasil de 2013 a 2023

Introdução

A hanseníase é uma doença crônica neurodermatológica causada principalmente pelo bacilo Mycobacterium leprae. Esta enfermidade afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo resultar em incapacidades físicas permanentes se não tratada adequadamente. Clinicamente, a hanseníase se apresenta em um espectro que é categorizado em quatro formas principais: hanseníase indeterminada (HI), hanseníase tuberculóide (HT), hanseníase virchowiana (HV) e hanseníase dimorfa (HD). O Brasil é o segundo país com maior número de casos no mundo, ficando atrás apenas da Índia.

Objetivo (s)

Realizar um levantamento clínico-epidemiológico da Hanseníase na população brasileira, no período de 2013 a 2023, identificando o perfil desses pacientes e a sua distribuição por regiões geográficas.

Material e Métodos

O levantamento de dados secundários foi feito através do repositório do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Sistema de Informações e Agravos de Notificação (SINAN). Realizou-se uma análise descritiva e qualitativa dos dados.

Resultados e Conclusão

Entre 2013 a 2023 foram registrados 787.637 casos de hanseníase, distribuídos respectivamente: 19,9% Norte, 43,79% Nordeste, 13,93% Sudeste, 3,02% Sul e 19,36% Centro-Oeste. Analisando a distribuição por ano das regiões observou-se que de 2019 a 2023 o número de casos diagnosticados reduziu gradativamente, com destaque para 2023, com menor numero de casos em 10 anos. De 2013 a 2023 observou-se um percentual de diminuição de casos de 92% a 96% em todas as regiões. A região Nordeste concentrou o maior número de notificações, com 344.883 casos. O perfil clínico foi classificado em 4 tipos, 12,13% eram HI, 12,07% HT, 48,68% HV e 18,84% HD, os demais casos eram considerados brancos ou não classificados. Os pacientes diagnosticados que faziam uso de alguma terapia estavam distribuídos em 3 classes, 21,46% em esquema com PQT/PB/6 DOSES, 72,80% PQT/MB/12 DOSES e 5,43% em outros esquemas substitutivos. Diante dos dados expostos, a região Nordeste concentrou a maioria dos casos de hanseníase durante o período de 10 anos, e em todas as regiões observou-se a tendencia na diminuição dos casos a cada ano, constatando uma possível melhora na contenção da doença. Durante esse período a forma clínica mais observada foi a HT e o tratamento mais utilizado foi o PQT/MB/12 DOSES. Através do estudo epidemiológico da hanseníase espera-se auxiliar no desenvolvimento de estratégias eficazes e eventualmente permitir o controle da doença, promovendo a qualidade e vida.

Palavras Chave

Hanseníase; Epidemiologia; Brasil; Vigilância em Saúde Pública.

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Patricia Yuri Nogami, Beatriz Monteiro Rodrigues Coelho, Amanda Elisa Costa Souza, Macyclelma Alves Albuquerque, Carolinne De Jesus Santos E Santos, Fabrício Quaresma Silva, Dannilo Roberto Ferreira Da Silva, Bárbara Caroline Freitas Garcia , Mayara Natália Santana Da Silva