Dados do Trabalho
Título
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA-EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS POR LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL: UM ESTUDO DESCRITIVO, 2014-2023
Introdução
A forma visceral da leishmaniose (LV) é uma infecção crônica e sistêmica que, quando não tratada oportunamente, pode ser fatal em até 90% dos casos. No Brasil, é ocasionada pela Leishmania infantum e transmitida pelo vetor Lutzomyia longipalpis. É uma preocupação de saúde pública no Brasil, onde os cães são a principal fonte de infeção em áreas urbanas, enquanto no ambiente silvestre, são as raposas e marsupiais.
Objetivo (s)
O estudo objetivou caracterizar os aspectos clínico-epidemiológico dos casos de LV ocorrido no estado de Pernambuco entre 2014 e 2023.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal descritivo utilizando dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); realizou-se uma análise descritiva do evento segundo características de pessoa, tempo, lugar e clínico-laboratoriais. Os dados foram trabalhados no Tabwin e Microsoft Office 365 e foram sumarizados em frequências e percentuais.
Resultados e Conclusão
Dentro do recorte temporal proposto, foram notificados 4.798 casos suspeitos, dos quais 1.550 (30,3%) foram confirmados. Desses, 1472 (94,9%) eram residentes no estado e 78 (5,1%) habitantes de outras unidades federadas. No que diz respeito à descrição dos casos residentes em Pernambuco, predominaram o sexo masculino (66,7%), raça/cor da pele preta e parda (82,5%) e da faixa etária de 01 a 04 anos (20,3%). As regiões de saúde do agreste e sertão pernambucano concentram 82,9% da ocorrência. O intervalo de tempo entre as primeiras manifestações clínicas até a notificação foi 47 dias (quartil 3). Os sinais e sintomas mais frequentes incluíram a febre (86,6%), o emagrecimento (65,7%); o aumento do baço (61,6%) e fígado (52,0%); palidez (58,2%). Para o período, a prevalência Leishmania/HIV foi de 9,7%. O diagnóstico foi realizado por métodos parasitológicos e imunológicos, com discreto predomínio do TR/LVH em 40,7% dos casos. O antimonial pentavalente foi a droga inicial mais frequente (43,3%). A ocorrência predominante foram em pessoas do sexo masculino e crianças de 1 a 4 anos que chegaram ao estabelecimento de saúde com sinais e sintomas clássicos da LV; a distribuição se concentrou no agreste e sertão pernambucanos, áreas conhecidamente de risco para a doença. O estudo reforça importância do diagnóstico precoce.
Palavras Chave
vigilância de zoonoses; Leishmaniose Visceral; Epidemiologia
Área
Eixo 14 | Zoonoses e Saúde Única
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Mariana Luiza do Nascimento Silva, Arianna Araújo Falcão Andrade e Silva, Juliana Nóbrega Pereira da Costa, Ana Márcia Drechsler Rio, Eduardo Augusto Bezerra Duque