Dados do Trabalho

Título

A percepção da pessoa enquanto doente com paracoccidioidomicose. Um estudo qualitativo.

Introdução

<p>A paracoccidioidomicose (PCM) &eacute; a principal micose sist&ecirc;mica end&ecirc;mica da Am&eacute;rica Latina, afeta predominantemente o trabalhador rural e tem curso longo, sujeito a reca&iacute;das e sequelas, por vezes incapacitantes. A percep&ccedil;&atilde;o do paciente em face do seu adoecimento por PCM n&atilde;o tem sido estudada.</p>

Objetivo (s)

<p>Compreender a percep&ccedil;&atilde;o da pessoa sobre sua condi&ccedil;&atilde;o de doente com PCM, seus sentimentos em rela&ccedil;&atilde;o ao impacto na sua vida cotidiana, bem como em rela&ccedil;&atilde;o ao atendimento m&eacute;dico e apoio social recebidos.</p>

Material e Métodos

<p>Estudo explorat&oacute;rio desenvolvido na cidade de Campo Grande/MS no Servi&ccedil;o de Refer&ecirc;ncia para PCM, entre janeiro e abril de 2024, ancorado na teoria das representa&ccedil;&otilde;es sociais e instrumentalizado por entrevista semiestruturada. O crit&eacute;rio de inclus&atilde;o era estar em tratamento de PCM. A entrevista foi feita individualmente tendo sido obtido consentimento para grava&ccedil;&atilde;o de forma volunt&aacute;ria. As seguintes quest&otilde;es direcionaram a entrevista: i) como foi a sua trajet&oacute;ria at&eacute; o diagn&oacute;stico? ii) o que mudou na sua vida com a doen&ccedil;a? iii) recebeu apoio social. Os dados foram analisados pela t&eacute;cnica de Bardin. O estudo foi aprovado pelo comit&ecirc; de &eacute;tica em pesquisa com seres humanos da UFMS.</p>

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Resultados e Conclusão

<p>Foram entrevistados 10 pacientes, homens e mulheres, de 24 a 61 anos de idade, residentes em diferentes cidades de Mato Grosso do Sul. Observou-se&nbsp;muitos relatos de dificuldade em se obter o diagn&oacute;stico de PCM na Aten&ccedil;&atilde;o Prim&aacute;ria &agrave; Sa&uacute;de, muitas vezes tendo que percorrer v&aacute;rias especialidades. Na maioria, houve suspeita de c&acirc;ncer com subsequente bi&oacute;psia para depois ser encaminhado para o tratamento de PCM. A incapacidade tempor&aacute;ria para o trabalho foi a principal mudan&ccedil;a na vida dos doentes e&nbsp; a demora em obter &nbsp;benef&iacute;cios sociais, tais como o Aux&iacute;lio por Incapacidade Tempor&aacute;ria (AIT) ou o Benef&iacute;cio de Presta&ccedil;&atilde;o Continuada, previsto na Lei Org&acirc;nica da Assist&ecirc;ncia Social (BPC/LOAS) foi uma dificuldade relatada por &nbsp;de 9&nbsp;dos entrevistados.&nbsp;Na percep&ccedil;&atilde;o do doente, a PCM causou impacto negativo em sua vida principalmente pela ang&uacute;stia do atraso do diagn&oacute;stico, pela incapacidade tempor&aacute;ria ao trabalho e pela demora de apoio social. Isso levanta a necessidade de estrutura&ccedil;&atilde;o de uma Rede de Cuidados ao paciente com PCM, onde atuem al&eacute;m dos profissionais da Sa&uacute;de, os profissionais do Servi&ccedil;o Social. Melhorias no diagn&oacute;stico e na articula&ccedil;&atilde;o entre Unidades B&aacute;sicas de Sa&uacute;de e Servi&ccedil;os de Refer&ecirc;ncias devem ser prioridades na constru&ccedil;&atilde;o dessa Rede.</p>

Palavras Chave

paracoccidioidomicose; Pesquisa Qualitativa; Apoio social; atenção à saúde