Dados do Trabalho

Título

CASCATA DE CUIDADOS DA INFECÇÃO TUBERCULOSA LATENTE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS

Introdução

Introdução: A cascata do cuidado contínuo é a sequência de eventos clínicos desencadeada após um teste diagnóstico inicial, como a decisão de intervenção, completude do tratamento e suas complicações. Uma importante ferramenta no controle da tuberculose é a investigação e o tratamento de infecção tuberculosa latente (ILTB) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). 

Objetivo (s)

Objetivo: Descrever os resultados da implementação da cascata de cuidados de ILTB em PVHIV.  

Material e Métodos

Métodos: Estudo descritivo-analítico com PVHIV, no período de 2022 a 2024, em serviço de referência de Campo Grande, MS, após a implementação do seguinte processo de trabalho: 1) Identificação; 2) Testagem de ILTB; 3) Exclusão de tuberculose ativa; 4) Decisão de tratamento; 5) Adesão; e 6) Conclusão do tratamento. A análise foi realizada no SPSS, versão 24.0. O estudo foi aprovado pelo CEP-UFMS (n° 11903819.5.0000.0021). Todos os indivíduos foram considerados elegíveis independente da contagem de LT-CD4+. Três esquemas terapêuticos foram usados, a critério médico: i) três meses de isoniazida e rifampicina semanal (3HP); ii) seis meses rifampicina (6R); iii) nove meses de isoniazida  (9H). 

Resultados e Conclusão

 Resultados: A cada etapa da cascata do cuidado contínuo 1) Acompanhamos 735 PVHIV, a maioria do sexo masculino (62%), com idade média de 47 anos, e contagem de LT-CD4+ média de 642 células/mm3. 2) A testagem ocorreu por meio do teste IGRA-TB Gold, o qual obteve 16,6% positivos, 74,7% negativos e 8,7% indeterminados. 3) 18 (2,4%) pacientes tinham tuberculose ativa. 4)  Quase um terço (n=218/735; 29,6%) apresentaram critérios de tratamento de ILTB, 117 (53,7%%) por teste IGRA+, 91 (41,7%%) por CD4< 350 células/mm3, e 10 (4,6%) por Teste tuberculínico positivo prévio, mas apenas 71 (32,5%) iniciaram o tratamento. 5) O abandono de tratamento foi identificado em 5,6%, com uma interrupção do tratamento (0,9%) devido a reação adversa. 6) A conclusão do tratamento foi maior em quem usou o esquema 3HP do que quem usou 6R ou 9H (90,2% vs 71,8%;  p-value < 0,05). Conclusões: A implantação da cascata do cuidado contribuiu para identificar os indivíduos com indicação de tratamento de ILTB. O esquema mais curto (3HP) garantiu maior adesão, as reações adversas foram infrequentes e o abandono de tratamento foi baixo. Ainda assim, para cerca de dois terços dos pacientes com indicação de tratamento, nenhum esquema terapêutico foi oferecido, revelando uma preocupante situação que compromete o controle da tuberculose.

Palavras Chave

Infecção tuberculosa latente; Infecção por Mycobacterium tuberculosis; TUBERCULOSE.