Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DO EFEITO LARVICIDA E HISTOPATOLOGIA DE EXTRATO DE Coffea arabica TORRADO DE QUALIDADE INFERIOR SOBRE Aedes aegypti (DIPTERA / CULICIDAE)

Introdução

Arboviroses que têm Aedes aegypti como vetor custam cerca de 2 bilhões de dólares anuais aos governos, especialmente em países em desenvolvimento. As estratégias de controle incluem, remoção de criadouros, ações de educação em saúde e o uso de inseticidas, contudo a resistência a esses compostos sintéticos já foi relatada demandando novas estratégias como o uso de produtos botânicos com efeito inseticidas.

Objetivo (s)

Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito larvicida do extrato de Coffea arabica torrado sobre  A. aegypti.

Material e Métodos

O extrato de café de qualidade inferior, obtido por refluxo sólido-líquido com metanol, foi caracterizado por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). O extrato de café torrado, diluído em Tween a 1%, foi testado em diferentes concentrações (0,12 a 4 mg/mL) sobre larvas de A. aegypti. Os tratamentos controles incluíram água sem cloro e Tween a 1%. Utilizando um delineamento inteiramente casualizado, o bioensaio constituía de 15 larvas de terceiro e quarto estádio de A. aegypti expostas aos extratos, com quatro repetições em dois dias diferentes, separados por três meses. A mortalidade foi avaliada às 24, 48 e 72 horas após a adição dos extratos para se estimar a concentração letal (CL50) das larvas. As larvas sobreviventes após 72 horas de tratamento (concentração 1 mg/mL) foram fixadas, emblocadas, cortadas, coradas com hematoxilina e eosina, e examinadas ao microscópio óptico. Para avaliar o efeito larvicida isolado do composto majoritário utilizamos o mesmo bioensaio descrito acima.

Resultados e Conclusão

Os compostos majoritários, em ordem de maior concentração, encontrados nos extratos foram o ácido cafeico, ácido clorogênico e catequina. Às 72 horas na concentração 4 mg/mL a mortalidade acumulada foi de 99,2%. Observou-se uma abundância de vacúolos nas células epiteliais do intestino médio, com ausência da membrana peritrófica. Isso sugere que a maioria das células epiteliais sofreu ruptura, resultando na mistura do conteúdo citoplasmático com o conteúdo luminal. A CL50 estimada foi de 0,33 ±0,22 mg/mL. O ácido cafeico, quando testado de forma isolada, a 0,26 mg/mL resultou em uma mortalidade acumulada de 25±0,5% às 72h. Os extratos de café são tóxicos para larvas de A. aegypti o que aponta um possível efeito inseticida, porém mais estudos são necessários frente ao café como medida de controle do vetor principalmente no que tange populações resistêntes. Vale mencionar ainda que esses resultados são considerados prioritários pela OMS para a AGENDA 2030 da ONU.

Palavras Chave

Controle; Produto Botânico; inseticida; Culicidae.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Prêmio Jovem Pesquisador

3.Concorrer na categoria - Doutorado

Autores

Pedro Henryque Castro, Ingrid Marciano Alvarenga, Antonia Isadora Fernandes, Artur Metzker SERRAVITE, Karolina Gomes Figueiredo, Welligton Junior Silva, Maria das Graças Cardoso, Grasielle Caldas D`Ávila Pessoa, Geraldo Andrade Carvalho, Joziana Muniz de Paiva Barçante